Pinhãoense de 23 anos estreia no universo literário
Bruno Aurélio Silveira une contos, poemas e fotografias em sua primeira obra publicada: “Histórias Manchadas”
O escritor Bruno Aurélio Silveira (23 anos) estreia no universo literário com o livro “Histórias Manchadas: contos, poemas e fotografias”. É uma obra que será lançada ainda neste mês de julho, sendo seguida da publicação do mesmo material em versão ebook.
Bruno é estudante de letras na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e levou dois anos para escrever todos os contos, poemas e fazer as fotografias inseridas no projeto. E ainda, mais um ano e meio para publicar a obra oficialmente. “Eu tive várias dificuldades, e a maior delas foi esperar tanto tempo para que o livro ficasse pronto. Editar o livro durou mais que uma gestação”, disse ele.
A publicação de sua primeira obra veio de uma iniciativa coletiva em que familiares, amigos, conhecidos, professores e desconhecidos puderam contribuir financeiramente para que o livro “Histórias Manchadas: contos, poemas e fotografias” pudesse existir.
ESCRITA
Para o escritor, escrever vai muito além de ler e se inspirar em literaturas livrescas, mas também ler e se inspirar em leituras de mundo. E foi justamente desta forma que o livro recém-publicado nasceu, com as interações de mundo, de natureza, pessoas e leituras de todos eles.
Bruno descreve seu processo de escrita como técnico, porém bastante profundo. “Eu leio por três dias, uma semana, e sinto que estou potencializado, vibrando alguma coisa, e que eu posso escrever sobre algo que eu já estava há tempo matutando e podendo usar minhas melhores palavras”.
Suas maiores inspirações para se tornar escritor são grandes nomes internacionais e nacionais, clássicos e modernistas. Estão na lista Franz Kafka, Ernest Hemingway, Graciliano Ramos, Liev Tolstói, Evandro Affonso Ferreira, Miguel Sanches Neto, Paulo Leminski, Marcelino Freire e Ricardo Piglia. E logo na adolescência, antes mesmo de adentrar a universidade, com seus 16 ou 17 anos Bruno Aurélio conta que a paixão pela escrita já o construía a partir da leitura de Charles Bukowski – poeta, contista e romancista estadunidense, sendo considerado o último escritor “maldito” da literatura norte-americana.
LIVRO
Quem traz o prefácio de “Histórias Manchadas: contos, poemas e fotografias” é uma das peças chaves para que o escritor tenha tomado gosto pela leitura e pela escrita. Victor Gonçalves, seu amigo de infância e que lá na adolescência o encantou com as belas palavras de Bukowski.
O livro teve seu início quando Silveira ainda morava em Jaraguá do Sul (Santa Catarina), quase quatro anos atrás. “Eu tenho uma lembrança muito boa, de uma tarde de sábado em Jaraguá do Sul, eu escrevi no caderno, numa pegada só “Piche de Natal”, que é um dos contos de ‘Histórias Manchadas’, eu lembro que eu estava lendo Bukowski na época. Depois eu me mudei pra Guarapuava e eu dei continuidade a um texto que era prematuro, e esse texto se tornou o conto ‘Tão somente eu, como ela’ que abre o livro”.
Sobre a união de seus contos e poemas à arte da fotografia, Silveira comentou que sua grande inspiração para essa decisão foi o livro “Fantasias Eletivas”, de Carlos Henrique Schroeder, um romance que se encerra com fotografias. Conta ainda, que nessa época, morava em uma chácara na cidade de Guarapuava e saiu fotografando tudo que podia ou acreditava que poderia compor os contos que já tinha escrito.
FUTURO
Além da versão física que ainda pode ser adquirida com o escritor, em breve a versão em ebook estará também disponível com outros dois contos extras que trazem para a história algo inédito, o protagonismo feminino. Durante todo o livro, a versão masculina das histórias é exposta e, ao finalizar o processo de revisão e publicação, o autor sentiu necessidade de contos que mostrassem também uma visão feminina das dores, pernas e da arte. Por isso, na versão ebook os dois contos inéditos trazem essa perspectiva.
Para além disso, Bruno Silveira já pensa em seus próximos projetos e já está com um próximo livro em produção. Dessa vez, um romance que explora as versões mais sombrias do ser humano.
***********Reportagem: Millena Ricardo, especial para CORREIO