‘Julia’ está em campanha de financiamento mensal
Com projeto gráfico especial de Frede Tizzot, a revista terá quatro edições ao ano, com textos selecionados pelo editor e curador Thiago Tizzot, com assessoria e trabalhos técnicos de Raquel Barbosa Moraes e execução da experiente equipe do Laboratório Gráfico da Arte & Letra
Com o propósito de apostar em autoras e autores paranaenses, a nova Julia Revista de Literatura está em campanha de financiamento mensal no site Catarse. Trata-se de um tipo de apoio recorrente, em que os colaboradores da causa fazem o custeio todo mês do projeto, aos moldes de uma assinatura.
Com projeto gráfico especial de Frede Tizzot, essa publicação terá quatro edições ao ano, com textos selecionados pelo editor e curador Thiago Tizzot, com assessoria e trabalhos técnicos de Raquel Barbosa Moraes e execução da experiente equipe do Laboratório Gráfico da Arte & Letra.
Os Tizzot são conhecidos pelo comércio e edição de livros a partir de Curitiba, capital do Paraná. Os livros em papel da Arte e Letra são conhecidos pelo esmero técnico, com tiragens numeradas a mão em volumes feitos de maneira artesanal. Além, claro, do cuidado editorial de temas e qualidade literária, trabalhando com autores do quilate de Dalton Trevisan, Luci Colin, Jamil Snege e Valêncio Xavier.
Segundo informações, o objetivo principal da inédita Julia é criar uma plataforma de destaque para a literatura paranaense, proporcionando um espaço onde escritores locais possam compartilhar suas obras, explorar diferentes gêneros literários e conectar-se com os leitores.
“Proposta como um espaço de exposição e valorização da literatura paranaense e além, a Julia se apresenta ainda como um material único: uma revista feita à mão, em formato sustentável, negando o desperdício de recursos: um objeto que vai além da literatura”, diz o projeto em execução no Catarse.
“A Julia surge da própria efervescência que é a literatura curitibana e paranaense. No ambiente editorial, temos a oportunidade de conhecer e de ler muitos autores, estreantes e consagrados, que muitas vezes têm textos escondidos do leitor ou trabalham em novos formatos, textos avulsos, materiais fantásticos, que devem ser lidos e propagados como merecem”.
NOME
Em homenagem a todas as escritoras, artistas e trabalhadoras do mundo da arte e da literatura, o projeto se inspira em duas personagens paranaenses específicas para a escolha do nosso nome: Julia da Costa e Julia Wanderley.
Julia Augusta de Souza Wanderley Petrich (1874 – 1918), conhecida como Júlia Wanderley, nasceu em Ponta Grossa, foi educadora e desde muito jovem preocupou-se com as questões sociais recorrentes de sua época. Liderou um movimento buscando a permissão do ingresso de mulheres ao ensino regular. O fato permitiu que Júlia Wanderley se tornasse a primeira mulher a se matricular na Escola Normal e dois anos depois, em 1892, conquistar o posto de primeira professora normalista do Paraná. Além de seus muitos feitos no campo da educação e da vanguarda feminina, Julia Wanderley foi uma grande colecionista no campo da fotografia justo no momento em que essa arte se difundia pelo Paraná. Com um olhar sensível e incomum para o seu tempo, com o qual percebeu a importância de cenários e pessoas dos quais era contemporânea, Julia organizou um acervo de aproximadamente 2000 registros fotográficos que retratam o início do século XX, material que figura como fundamental para a construção da memória do Estado do Paraná.
Júlia Maria da Costa (1844-1911), nascida em Paranaguá e radicada em São Francisco do Sul, foi a primeira intelectual paranaense. Poeta e cronista, publicou seus textos em jornais e revistas. Flores Dispersas foi seu único livro e impresso na Ilha do Desterro. Infeliz no casamento e sofrendo por um amor não correspondido por um poeta de seu tempo, sua poesia tem traços melancólicos. Já viúva, passou seus últimos anos em reclusão, porém deixou sua marca pela personalidade inteligente e vanguardista e pela sua importância como pioneira das letras do Paraná.
SERVIÇO
São três modalidades de apoio e três metas financeiras que favorecem a remuneração dos autores, a formação de novos leitores e a distribuição sustentável de material impresso por todo o país e pelo mundo.
Os valores de apoio iniciam em R$ 15 mensais (edição digital de Julia) e vão até R$ 35 ao mês (versão impressa e digital, entre outras recompensas).