Get Back, Beatles!

Nesta quinta-feira (25), estreia no Disney+ a série documental “The Beatles: Get Back”. Totalizando seis horas, os episódios serão disponibilizados quinta (25), sexta (26) e sábado (27). É um retrato intimista da maior banda de todos os tempos, meses antes da amarga separação

A história é bem conhecida. Ao final dos anos de 1960, as coisas não iam bem entre John, Paul, George e Ringo, o quarteto conhecido como The Beatles. O fim era iminente. E ele realmente aconteceu, para tristeza de milhões de fãs.

Mas antes disso, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star gravaram, em janeiro de 1969, boa parte do álbum de estúdio “Let it be”. Mas este registro fonográfico foi lançado apenas em 1970, após o LP “Abbey Road”. 

Junto com “Let it be”, os Beatles apresentaram também à época o documentário homônimo. É um filme marcado pela tensão no estúdio, ambiente cheio de pequenas discussões, rusgas, egos, Yoko Ono, saída de George e falta de harmonia.

Até então, era a imagem conhecida desse período. No entanto, o cineasta Peter Jackson (famoso pela trilogia “Senhor dos Anéis”) pode mudar isso. Ou pelo menos uma parte. Nesta quinta-feira (25), estreia no Disney+ (serviço de streaming para assinantes) a série documental “The Beatles: Get Back”. Totalizando seis horas, os episódios serão disponibilizados quinta (25), sexta (26) e sábado (27). 

É um retrato intimista da maior banda de todos os tempos, meses antes da amarga separação. “Isto são os Beatles como você nunca os viu. Como seres humanos”, disse o diretor neozelandês para a agência Reuters. Contrariando a história segundo a qual os quatro músicos não aguentavam mais permanecer juntos, Jackson descobriu “quatro caras que são amigos, que têm um respeito profundo um pelo outro”.

O realizador pesquisou em um acervo de 57 horas de conteúdo inédito (filmado por Michael Lindsay-Hogg em janeiro de 1969) para montar seu documentário em três partes, transportando o espectador para as sessões de gravação de “Let it be”. Todo esse material bruto ficou num cofre por mais de 50 anos e, agora, ganhou a luz.

Ao contrário do clima pesado de 1969/70, a série do Disney+ promete mostrar a empolgação, a amizade e a genialidade criativa que definiram o legado do icônico quarteto. Em dado momento, um deles declara: “só temos uns aos outros”.

Vale lembrar que o álbum em questão é formado por canções que entraram para a história da música pop: a balada “The long and winding road”, a sincopada “Get back” e a folk “Two of us”, por exemplo. Sem contar também a faixa-título e “Across the Universe”, entre tantas.

Mas, naquele momento, os Beatles tinham menos de três semanas para fazer esse disco com 14 faixas. “Quantas [canções] já gravamos que estão razoáveis? Nenhuma”, dizem os músicos em uma das cenas. Eles reconhecem que funcionam melhor sob pressão.

SHOW

É famoso o show que os Beatles fizeram no terraço da gravadora Apple, na rua Savile Row (Londres, Inglaterra), em 30 de janeiro de 1969. Fazia três anos que os quatro não se apresentavam juntos. 

Em 1969, os Beatles fizeram sua última apresentação, no terraço da gravadora Apple – Foto: Reprodução

O material lançado pelo Disney+ contém a íntegra dessa que foi a última apresentação em público do quarteto.

PRESTON

Para deleite dos fãs, um dos personagens que aparecem em “The Beatles: Get Back” é o músico Billy Preston, considerado por muitos como o “quinto beatle”. Em outros depoimentos, o quarteto classificou como importante a presença do tecladista nas gravações de “Let it be”. Ele possibilitou momentos de paz.

Inclusive, Preston será o foco de um documentário produzido pela White Horse Pictures em parceria com a Homegrown Pictures. Segundo o Deadline, o filme será intitulado “Fifth Beatle” (“Quinto Beatle”, em tradução livre).

Além de ser o único músico já creditado em um álbum do quarteto de Liverpool, Preston também ajudou Joe Cocker a ganhar fama ao coescrever o hit “You Are So Beautiful”. Preston foi incluído no Hall da Fama do Rock & Roll em 2006, 15 anos após sua morte. As informações são do site Omelete.

Preston venceu prêmios Grammy e colecionou sucessos próprios, além de ter colaborado também com The Rolling Stones, Red Hot Chili Peppers, Nat King Cole, Sly Stone, Barbra Streisand, Ray Charles, Sam Cooke, Aretha Franklin, Mahalia Jackson, e muitas outras lendas.

“Fifth Beatle”, que ainda não tem previsão de lançamento, terá direção do diretor, produtor e roteirista ganhador do Emmy Paris Barclay (“Sons of Anarchy”). 

EDIÇÕES

Em 2003, “Let it be” ganhou uma versão especial batizada de “Naked”. Eram as famosas faixas sem todas as alterações e mixagens e com consultoria de George Martin. Ou seja, uma sonoridade limpa e “nua”, sem aqueles arranjos grandiloquentes e orquestrados do disco original. 

Em 15 de outubro deste ano, o álbum de 1970 ganhou uma versão especial com remixagem e remasterização feitas pelo produtor Giles Martin – filho de George Martin, produtor dos Beatles – e pelo engenheiro de som Sam Okell. A sensação é a de que um véu foi retirado das músicas, deixando as faixas cristalinas e tornando possível ouvir melhor os instrumentos tocados pelo quarteto, como é o caso, por exemplo, do piano de McCartney em “Let it be”.

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