Editora lança nova edição de ‘Memórias do subsolo’, livro de Dostoiévski

Escritas em 1864, à cabeceira do leito de morte de sua primeira esposa, estas memórias culminam na retomada da atividade literária de Dostoiévski após uma década de exílio siberiano

A editora Todavia lança neste mês de outubro uma nova edição de “Memórias do subsolo” (200 páginas, formato 13,5 × 20,8 × 1,2 cm), do escritor russo Fiódor Dostoiévski, considerado um dos maiores prosadores da literatura mundial.

O volume conta com o clássico ensaio de Tzvetan Todorov e posfácio de Irineu Franco Perpetuo (que também fez a tradução).

Marco não apenas na trajetória de Dostoiévski como na própria literatura universal, “Memórias do subsolo” abre caminho para os quatro grandes romances da maturidade do autor: “Crime e castigo”, “O idiota”, “Os demônios” e “Os irmãos Karamázov”.

Escritas em 1864, à cabeceira do leito de morte de sua primeira esposa, estas memórias culminam na retomada da atividade literária de Dostoiévski após uma década de exílio siberiano, entre trabalhos forçados, serviço militar obrigatório e proibição de entrada na Rússia europeia.

Aqui ressoa a voz do “homem do subsolo”, o personagem-narrador que, à força de paradoxos, investe ferozmente contra tudo e contra todos – contra a ciência e contra a superstição, contra o progresso e contra o atraso, contra a razão e a desrazão -; mas investe, acima de tudo, contra o solo da própria consciência, criando uma narrativa ímpar, de altíssima voltagem poética.

“Mergulho vertiginoso nas profundezas da alma, em que reflexões paradoxais convivem com uma verve sarcástica e corrosiva, este monólogo de uma consciência atormentada talvez constitua o mais acabado exemplo de Dostoiévski como ‘escritor-psicólogo’, ou ‘escritor-filósofo’ – influência fundamental para pensadores como Nietzsche, que conheceu o autor russo justamente a partir dessas memórias e afirmou: ‘Coloco sua obra como o material psicológico mais precioso de que tenho conhecimento’”, diz a Todavia, em material de divulgação.

Além de “Memórias do subsolo”, a Todavia republicou em 2019 outra obra de Dostoiévski: “Crime e castigo”, em nova tradução do russo por Rubens Figueiredo.

Nova edição tem 200 páginas e formato 13,5 × 20,8 × 1,2 cm (Foto: Reprodução/Todavia)

AUTOR
Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou em 1821, e estreou na literatura com o romance “Gente pobre”, em 1846, ao qual se seguiram “O duplo” (1846) e “Noites brancas” (1847), entre outros.

Após ser preso e condenado à morte pelo regime tsarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em “Escritos da casa morta”, livro que começou a ser publicado em 1860, um ano antes de “Humilhados e ofendidos”.

Após esse período, escreve “Memórias do subsolo” (1864), “Um jogador” (1867), “O eterno marido” (1870) e uma sequência de grandes romances, “Crime e castigo” (1866), “O idiota” (1869), “Os demônios” (1872) e “O adolescente” (1875), culminando com a publicação de “Os irmãos Karamázov” em 1880.

Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, em 1881.

SERVIÇO
“Memórias do subsolo” está disponível para compra na edição impressa (R$ 59,90) e e-book (R$ 34,90), no site da Todavia (link: https://todavialivros.com.br/livros/memorias-do-subsolo).

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