Coral Vox Iuvenis necessita do apoio da comunidade guarapuavana para se apresentar na Itália
O coral foi convidado a participar do 7º Festival InCanto Mediterraneo, em julho, na Itália. Mas para isso, precisa de recursos para bancar as passagens aéreas dos participantes. Ao CORREIO, a professora regente Marcia Rickli contou sobre a trajetória do projeto guarapuavano
Motivados pela professora regente Marcia Rickli, um grupo de jovens participantes do Coral Vox Iuvenis, uma das ações do projeto Coral Solo Piá, está em busca da oportunidade de mostrar o talento guarapuavano na Europa.
O coral foi convidado a participar do 7º Festival InCanto Mediterraneo, em julho, na Itália. Mas para isso, precisa de recursos para bancar as passagens aéreas dos participantes.
Animada e orgulhosa dos alunos, Marcia contou ao CORREIO que todos estão muito ansiosos e buscando formas de conseguir participar. Para isso, eles estão solicitando doações pelo PIX 42998249930; ou, como aponta a professora, qualquer ideia que ajude a levantar o valor necessário. Marcia contou ainda como foi o convite para a apresentação.
“Eu faço parte da Alac [Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava] e um dos integrantes, o professor Luigi Chiaro, tem uma ligação com a Itália, é italiano, e um maestro de lá mandou para ele esse convite para um coral. Ele me chamou porque sabia que eu tinha um coral. Foi no meio do ano passado, começamos a ensaiar, mas teve muitos percalços. Em janeiro, o Covid voltou com muita força e a gente não sabia se iria ter o festival. Mas a gente não parou de ensaiar. Eu plantei esse sonho na cabeça deles e minha obrigação é tentar realizar o sonho deles”, disse.
A regente pontua que o valor é exclusivamente para as passagens dos jovens.
Os interessados em contribuir e que queiram falar diretamente com Marcia, podem mandar uma mensagem no Instagram @coral_solo_pia.
GRUPO
Os integrantes são vozes conhecidas de Marcia Rickli, que trabalha há anos dando aulas de canto e instrumentos a crianças. De acordo com ela, todos os integrantes do coral já foram seus alunos desde muito cedo. “Se eles estão cantando até agora, comigo, como voluntários, eu como voluntária também, é porque a música marcou. Quando eles tinham 10, 11, 12 anos, isso ficou marcado. Por isso, eu peço para que eles continuem e se empenhem e abracem esse sonho”, afirmou.
Até o dia da entrevista à reportagem, o coral contava com 13 pessoas; no entanto, segundo Marcia, ele está de portas abertas para novos talentos. “Quem chega é bem- vindo, não quer dizer que vai para a Itália porque a gente já tem que ter um nível musical para poder ir. Então aqueles que se esforçarem mais e que já entrarem nesse nível que a gente está… claro que há um teto de vagas para ir”, destacou.
Ainda assim, ela considera importante a chegada de mais participantes, isso porque o coral já vem realizando apresentações em Guarapuava e sendo convidado para se apresentar também em outras cidades do Estado. Os ensaios são realizados toda sexta-feira, na casa da professora regente.
Sobre a apresentação na Itália, ela acredita que será um momento inesquecível para todos. “Eu acho que é uma coisa que vai marcá-los para o resto da vida. Isso fará neles uma marca de amor, de doação, de busca e perseverança, tudo que eles vão precisar para a vida deles”. Sabendo da dificuldade que será arrecadar o valor para todas as passagens, ela garante que ao menos alguns irão. “Nós vamos de qualquer forma. Eu bato na porta de todo mundo, alguma vai abrir. É uma coisa positiva para todos”.
CARREIRA
Apaixonada pela música desde criança, a partitura chamava a atenção de Marcia desde que aprendeu a ler. Ela foi aprendendo a tocar diversos instrumentos, mas inicialmente não se via como uma profissional da área. “Eu sempre estudei normalmente e não pensava em fazer música, eu queria ter uma profissão, então eu me dedicava muito aos meus estudos, e tocava. Alguém me indicou para fazer vestibular nas Belas Artes em Curitiba. Passei em bacharel em instrumento. Eu sou pianista de formação e também fiz licenciatura”.
Ela também fez uma complementação na Belas Artes e passou a dar aulas particulares em Guarapuava. Depois, passou a trabalhar com corais de criança, algo que no começo ela não pensava em fazer. Acostumada com o coral de adultos, ela buscou no estudo formas de melhorar o “trato” com os pequenos. “Foram 10 anos que nunca deixei de fazer curso nas férias. Depois disso, teve o coral dos anjos, eu fiz toda a parte musical e provei que era possível fazer essa música no Lago”. Hoje, Marcia vive da música. “Eu não faço nada além de música”, destaca.
FUTURO
“Eu gosto de crianças cantando juntas, mas para mudar a vida delas. A hora que eu conseguir não trabalhar tanto, como agora, eu vou ser voluntária. Esse [Vox Iuvenis] já é bem refinado, eu já estou colhendo o que eu plantei”.
Para isso, Marcia espera ter o apoio de alguma empresa ou instituição para fazer um projeto bem fundamentado de canto coral, em parceria com uma empresa, ou alguma instituição com recursos para isso. “Quem sabe, até piano, para crianças, o máximo que puder alcançar, especialmente aquelas situações de vulnerabilidade”, conclui.