Clube de leitura Leia Mulheres retoma atividades em Guarapuava

O projeto que incentiva a leitura de obras de autoria feminina ocorre sempre no último sábado de cada mês; a participação é aberta a todos os públicos

A partir do próximo dia 28 de janeiro, Guarapuava terá novamente o projeto Leia Mulheres em atividade. O clube de leitura tem como principal proposta a leitura e discussão de livros de autoria feminina. A ação iniciou em 2014 com a jornalista britânica Joanna Walsh instigando seus leitores a ler mais obras produzidas por mulheres.

Em Guarapuava, o Leia Mulheres começou em 2019 e tem como uma das coordenadoras/mediadoras a guarapuavana Enilda Pacheco. Em entrevista ao CORREIO, ela contou que participou de um clube em Curitiba, um dos primeiros no Brasil, e viu a possibilidade de trazer para Guarapuava. Aqui, ela contou com a ajuda da professora da Unicentro, Nincia Teixeira. “O clube de Curitiba era muito bem estruturado. A mediadora era muito boa. Os encontros eram sempre muito produtivos”, contou.

Desde o começo, o Leia Mulheres em Guarapuava ocorre no último sábado de cada mês na Gato Preto – Discos & Livros. Conforme Enilda, outra prerrogativa do clube é que os encontros ocorram em um local cultural. O encontro é programado para o horário de 17h30 e tem cerca de 1h30 de duração. A participação é gratuita.

Ela explica ainda que, diferentemente do início da ideia, hoje há uma estrutura e algumas normas que regem o Leia Mulheres. “Cada mês é determinada uma leitura, as pessoas que querem participar leem aquele material, que num primeiro momento tinha a configuração de literatura, mas isso também foi se expandido. Então, não só literatura, mas o que é produzido por mulheres”, destacou.

De acordo com a coordenadora, as discussões após a leitura são na verdade uma troca de experiências, isso porque não há necessidade de ser uma discussão teórica. “A pessoa não precisa entender de literatura para participar do clube. É somente ler o livro determinado e trocar a experiência. E essa troca sempre é bastante interessante porque acabam participando não só mulheres. Para todas, todos e todes”, destaca, reiterando que a possibilidade de uma participação diversificada traz para o encontro impressões diferentes.

PAUSA
No primeiro ano de encontros houve uma participação muito variada de perfis. No entanto, em 2020, com o início da pandemia, o clube optou por parar. “Alguns clubes continuaram os encontros online, mas conversando com o nosso público a gente percebeu que logo que começou a pandemia, as pessoas tiveram que fazer todas as suas reuniões via internet, o uso da internet ficou muito cansativo. A dinâmica dos encontros é bem legal, divertida e, por conta disso, deu uma parada e agora estamos voltando”.

Para o retorno do Leia Mulheres, a coordenação de Guarapuava escolheu obra de Aline Bei (Foto: Redação/Correio)

LIVROS
Todos os anos a coordenação geral do clube, que é em São Paulo, lança uma lista de livros, uma espécie de desafio, indicando títulos. Mas, segundo Enilda, cada clube pode seguir uma configuração. “Eu procuro variar bastante a leitura. Primeiramente literatura, mas não só. Dentro da literatura, uma variedade de gêneros e estilos: romance, conto, crônica, poesia. Lemos HQ, jornalismo, ensaios, texto de filosofia. Tudo adequado para uma leitura que possa acontecer em um mês”. Outro ponto considerado por ela é a disponibilidade do material. A leitura em meio digital, como em PDF, não é recomendável.

“A ideia de ler mulheres é justamente para despertar o interesse do público leitor e para fazer esse universo da produção do livro feito por mulheres movimentar. Fazer com que aquilo que é produzido por mulheres esteja no mesmo patamar de interesse, de comercialização também, do que é produzido pelos homens”, afirma.

Para o retorno do Leia Mulheres, a coordenação de Guarapuava escolheu o livro “O peso do pássaro morto”, de Aline Bei, autora que já participou da Semana Literária do Sesc, em 2022. “É um livro bastante recomendado pela crítica. É um livro de uma escritora bastante jovem, que está fazendo muito sucesso e que tem uma escritura muito singular. O modo dela escrever é muito singular e ela tem uma força nas personagens femininas”, pontuou Enilda.

SERVIÇO
Leia Mulheres
Data: 28 de janeiro
Horário: 17h30 (duração de cerca de 1h30)
Endereço: Gato Preto – Discos & Livros – R. Azevedo Portugal, 1364 – Centro (próximo da “Praça da Prefeitura”)

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