Chef Luís Antônio, a trajetória dentro da cozinha

Vencedor da 1ª edição do reality show “Você é o Chef” e escolhido como melhor chef de 2022 em Guarapuava, o cozinheiro conta sua história ao CORREIO

Com 10 anos de experiência, o guarapuavano Luís Antônio Filho entrou em uma cozinha por obra do acaso e nunca mais saiu. Na verdade, o agora chef já tinha um exemplo em casa, a mãe, que era auxiliar de cozinha, no entanto, não foi isso que o levou a mergulhar na imensidão de possibilidades que a gastronomia oferece.

“Eu fui para uma vaga de garçom e tinha vaga de auxiliar de cozinha. Eu acabei aceitando essa vaga e segui no caminho. Comecei lavando o chão, lavando a louça. Fiquei um ano na louça. Me encantei pelo processo todo dentro da cozinha. Em especial pelos meus dois chefs, meus dois mentores. Foram eles que me alavancaram ao eu ver aquele processo encaminhado, de eu ver o prato indo na mesa do cliente, o prazer da pessoa na mesa, que foi o que me encantou desde o início”, contou ao CORREIO.

Curioso, ele passou a acompanhar de perto o trabalho dos chefs e logo passou a ajudar na produção. Aos poucos foi aprendendo sobre os cortes, as técnicas e saído da pia de louça para o fogão. “Eu sonhei ser um cozinheiro, não chef. Hoje eu sou chef, mas eu sonhei ser cozinheiro. Eu tive pessoas no meu caminho que colaboraram muito nesse processo até eu chegar aonde eu estou agora”, comentou.

Foto: Arquivo Pessoal

COZINHA
Atualmente, Luis Antonio atua no Carnívora e presta mentoria gastronômica para o Casa Terra, restaurante vegano que abrirá as portas em breve. “A minha cozinha base, que eu falo que é minha cozinha mãe, é a cozinha clássica. Mas eu também sou pitmaster”, explica.

O chef comenta que trata a cozinha como um relógio e destaca a importância do trabalho da equipe, com cada um em sua função, mas com um resultado final com excelência. “É um trabalho de formiguinha. Cada um leva um pedacinho e leva até o final. A gente [chef] é a pessoa que recebe o elogio, mas o meu auxiliar também recebe parabéns, tanto que quando a gente recebe elogio, eu falo ‘meninos, parabéns para nós’. Nós batemos parabéns para nós mesmos. Para nós, entre uma caixinha e o parabéns, eu prefiro o parabéns porque o parabéns vem de coração”, afirma.

Durante o tempo em que estava lavando louças e limpando o chão, Luis aprendeu com os chefs e cozinheiros e hoje percebe a importância da função ao comandar sua equipe. “A gente treina, dá o treinamento, ensina eles. Eu trabalho nessa ideia de que sou temido, mas não odiado. Eu sei o que eles estão fazendo. Eu também erro. E quando acontece um erro, eu errei muito mais do que eles, porque eu não vi aquele processo sendo errado”.

Futuramente, ele pensa em ter seu próprio negócio e dividir o tempo com aulas na faculdade. “Vou trabalhar muito mais, mas creio que todo cozinheiro sonha com isso”, destaca.

VENCEDOR
Luis foi o vencedor da primeira edição do reality show “Você é o Chef” e com isso ganhou uma graduação em gastronomia na Unicesumar. Ele optou por fazer no formato EaD e seguiu trabalhando durante toda a graduação. “Eles selecionaram baitas cozinheiros da região e foi indo etapa a etapa. Teve dias que eu quase caí devido ao contato com a TV, nem tanto com o fogão, mas com a TV que eu dava uma travada”, lembrou sobre a participação.

Para ele, ter experimentado a rotina da cozinha antes de entrar na universidade foi essencial para o crescimento profissional. “As horas de cozinha te ajudam muito mais. No meu ponto de vista, eu acho que todo cozinheiro que quer se formar ele tem que entrar antes na cozinha para ver a vivência para depois ele ir para um curso. Ele vai aprender para caramba no curso, mas o dia a dia da cozinha te ensina muito mais. A prática te leva à perfeição. O ensino te leva à sabedoria”.

No ano passado, ele também venceu como melhor chef do ano em Guarapuava no Prêmio Melhores do Ano por votação popular na internet promovida pelo Grupo Midaz.

Foto: Arquivo Pessoal

PROJETO
Do Xarquinho, por dois anos o Chef coordenou uma ação social no bairro onde capacitava jovens através da cozinha. O “Cozinhando para o Futuro” ensinava jovens a cozinhar e, segundo Luís, alguns seguiram na área.

“Deu a pandemia e a gente ficou sem espaço, mas agora com a nova gestão do presidente do bairro, a gente vai continuar com o curso, mas não focado em aulas, vão ser cursos e workshops, tudo gratuito. Eu gosto dessa parte de engajamento social. Eu venho do bairro, onde o engajamento social necessita muito”, pontuou.

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