Campus da Utfpr será palco de homenagem a Clementina de Jesus, nesta quarta-feira (6)

Todas as atividades são abertas à comunidade no Bloco R do campus Guarapuava da Utfpr, que fica na avenida Profª Laura Pacheco Bastos, 800, no Industrial (Cidade dos Lagos)

Em Guarapuava, o campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Utfpr) vai homenagear a sambista Clementina de Jesus nesta quarta-feira (6), às 18h30, em evento aberto a toda comunidade.

Trata-se do sarau “Clementina: o canto poderoso da Rainha Quelé”, que pode receber manifestações culturais da comunidade. Quem quiser participar com músicas, poesias, intervenções artísticas é só fazer a inscrição neste link: https://bit.ly/3R6ZxvH

“A ideia é trazer a representatividade da mulher negra no samba, o repertório e falar da biografia, da trajetória de Clementina de Jesus, uma das principais vozes da música brasileira”, destacou a coordenadora do projeto, Flávia Cordeiro, via assessoria.

O projeto foi contemplado pelo Programa de Bolsas de Incentivo à Produção Artística e Cultural (Bipac) que tem como objetivo incentivar e fortalecer ações artístico-culturais nos campi dessa instituição de ensino superior que é pública e gratuita. “Os estudantes conseguem ter bolsas, participar em atividades culturais, organizar eventos e conhecer artistas incríveis da nossa música”, argumentou Flávia.

Todas as atividades são abertas à comunidade no Bloco R do campus Guarapuava da Utfpr, que fica na avenida Profª Laura Pacheco Bastos, 800, no Industrial (Cidade dos Lagos).

QUEM É
“Sambista fluminense, dona de uma voz inconfundível, potente e ancestral, Clementina de Jesus foi a síntese do Brasil, expressão de um país de forte herança africana e de singular formação religiosa”, diz o Museu Afro Brasil.

Conhecida como Rainha Quelé, carregava consigo os banzos de seus ancestrais, transformados em cantos, encantos e segredos nos jongos, no partido-alto e nas curimbas que cantava. Diferentemente das conhecidas e famosas “divas do rádio” que brilharam na primeira metade do século XX, a cantora negra tinha um timbre de voz grave, mas com grande extensão e um repertório de músicas afro-brasileiras tradicionais.

Ao todo a cantora gravou 13 LPs entre álbuns solos e participações em álbuns coletivos, com destaque para o disco O Canto dos Escravos, composto de vissungos de escravos da região de Diamantina, recolhidos por Aires da Mata Machado. Unanimidade entre a crítica, Clementina foi louvada como elo entre África e Brasil, tendo sido reverenciada por grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, João Nogueira, Clara Nunes, Caetano Veloso, Maria Bethânia e João Bosco. Todos a tratavam com muito carinho, inclusive alguns a chamavam carinhosamente de mãe Clementina. O sambista Candeia compôs um samba em homenagem à Rainha Quelé chamado “Partido Clementina de Jesus”, que a cantora gravou ao lado de Clara Nunes em 1977 no LP “As Forças da Natureza”.