Álbum de Celso Blues Boy completará 25 anos

Morto em 2012, ele teria completado 67 anos de idade na última quinta-feira (5). Para lembrar a data, a reportagem destaca um álbum de estúdio do Mago da Guitarra lançado há 25 anos, “Nuvens negras choram”

Em clima chuvoso, cercado de raios e trovões, a faixa bluseira “Nuvens negras choram” (1998) abre e batiza o sétimo álbum de estúdio do guitarrista e compositor Celso Blues Boy (1956-2012).

Na última quinta-feira (5) foi aniversário desse artista brasileiro, que teria completado 67 anos de idade se ainda fosse vivo – morreu em 2012, aos 56, em decorrência de um câncer na garganta.

Lançado em 1998, “Nuvens negras choram” (selo Velas) completará 25 anos de música em 2023. Com produção artística do próprio Celso (e coprodução de Ricardo Werther), esse disco foi gravado e mixado no Copacabana Studios em setembro de 1997.

São 13 faixas, com destaque para as autorais “Brilho da noite” e “Fumando na escuridão”, canções que seriam presença obrigatória no set list de shows do Mago da Guitarra, no apelido cunhado pelo jornalista Jamari França, o Jama.

À exceção de duas regravações, o disco é formado por composições feitas pelo guitarrista.
Para quem não sabe, o carioca Celso Ricardo Furtado de Carvalho (nome civil) ficou conhecido por gravar letras em português, o que era não muito comum no blues praticado no Brasil na virada dos anos de 1970 para os 80.

Aliás, Celso Blues Boy é considerado um dos primeiros bluesman em “terra brasilis”. O carioca é referência também para os roqueiros do Rio de Janeiro nos primeiros anos da geração BRock oitentista.

Mesmo cantando na língua de Camões, Celso abriu espaço em “Nuvens negras choram” para uma versão em inglês para “Bring it on home to me”, do standard da soul music Sam Cooke (1931-1964). É uma canção que fez muito sucesso no repertório de Cooke.

Por falar em reinterpretação, o bluesman brasileiro deu sua cara para um clássico do cancioneiro nacional: o samba “As rosas não falam”, de Cartola (1908-1980). A faixa ganhou acordes e solos típicos do blues rock, levando o ouvinte para uma estratosfera lisérgica. Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola tem sucessos como “As rosas não falam”, “O mundo é um moinho” e “Alvorada”.

Capa do álbum de estúdio que completará 25 anos em 2023 (Foto: Reprodução)

CARREIRA
Celso Blues Boy lançou nove álbuns de estúdio e dois em versão ao vivo (em 1991 e 2008). Nos últimos anos, foram apresentados dois trabalhos póstumos: acústico, em 2015; e “Quando um Bluseiro Se Vai” (2020), com sobras de estúdio, em versões inéditas.

O primeiro disco gravado pelo bluseiro foi lançado em 1984: “Som na Guitarra”, que incluía seu maior sucesso “Aumenta que isso aí é Rock’n Roll”. Além deste hit, Celso também legou alguns clássicos do blues em português, ao longo da carreira: “Tempos difíceis”, “Fumando na escuridão”, “Blues Motel”, “Brilho da noite”, “Sempre brilhará” e “Marginal” (com participação especial de Cazuza).

Confira os discos de estúdio do Mago: “Som na Guitarra” (1984), “Marginal Blues” (1986), “Celso Blues Boy 3” (1987), “Blues Forever” (1988), “Quando a noite cai” (1989), “Indiana Blues” (1996), “Nuvens Negras Choram (1998)”, “Vagabundo errante” (1999) e “Por um monte de cerveja” (2011).

******Texto/Pesquisa: Cristiano Martinez, especial para correiodocidadao.com.br

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