14º In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical acontece de forma híbrida, com sessões presenciais, na cidade de São Paulo, e programação online disponível em todo o Brasil

Destaques para títulos com personagens como Sidney Magal, Belchior, Tião Carreiro, Tina Turner, Rick James, Flaming Lips, Dinosaur Jr, Beatles, Cymande, a-ha, Lydia Lunch, Thelonious Monk

A 14ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical acontece de 15 a 26 de junho, de forma híbrida: presencial, na cidade de São Paulo, nas salas de cinema CineSesc, Cinemateca Brasileira, Cine Bijou, Circuito Spcine CCSP – Lima Barreto, Circuito Spcine Roberto Santos, Circuito Spcine Cidade Tiradentes, com sessões especiais na Sala Olido e na Sala São Paulo, e online, na plataforma do festival e em plataformas parceiras, para todo Brasil.

Com um total de 67 títulos, entre longas e curtas, nacionais e internacionais, inéditos no circuito comercial, a programação conta ainda com diversas atividades paralelas como shows, pocket shows, debates, encontros, sessões apresentadas por convidados e feira de vinil.

“A programação online amplia o alcance, democratiza o acesso, é indispensável ao festival. Mas a grande aposta desta edição é a volta ao presencial! Por isso, tantas sessões com diretores, diretoras e convidados especiais. Por isso, tantos shows. Queremos resgatar o prazer do encontro, das trocas, investir na experiência viva que só um festival pode oferecer”, observa Leonardo Kehdi, diretor-executivo do festival.

O In-Edit Brasil 2022 conta com patrocínio máster de Colombo Agroindústria, patrocínio de Itaú Unibanco, Spcine e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e é uma realização conjunta de Sesc SP, In Brasil Cultural e Secretaria Especial de Cultural, Ministério do Turismo e Governo Federal.

SESSÃO DE ABERTURA
Sessão presencial, no CineSesc, em São Paulo.

A Cerimônia de Abertura acontece no dia 15 de junho, às 20h30, no CineSesc, com a exibição do inédito “Nothing Compares”, sobre a vida da cantora irlandesa Sinéad O’Connor. Entre altos e baixos na carreira da artista, que mudou radicalmente a figura da mulher no rock ao raspar sua cabeça, usar roupas masculinas e soltar frases polêmicas ao se referir à moral e aos bons costumes britânicos, o documentário traz imagens inéditas de arquivo e a voz da própria cantora como narradora. A diretora Kathryn Ferguson resgata essa trajetória de um ponto de vista abertamente feminista. Os ingressos serão distribuídos gratuitamente na bilheteria do CineSesc, com 1 hora de antecedência do início da sessão (sujeito à lotação da sala).

“As faces do Mao” faz um review de José Mao Rodrigues Jr, líder da mítica banda Garotos Podres (Foto: Reprodução)

PANORAMA BRASILEIRO
O Panorama Brasileiro, que inclui as seções Competição Nacional, Mostra Brasil, Curta um Som e Sessões Especiais, traz um total de 33 títulos de diversos gêneros musicais e personagens vindos dos quatro cantos do Brasil, como Bahia, Amapá, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe, Pará e Rio de Janeiro.

Todos os títulos do Panorama Brasileiro serão exibidos nas salas do festival (em São Paulo) e exibidos no formato online para todo o Brasil – exceto os filmes das Sessões Especiais, exibidos somente nas salas de cinema.

COMPETIÇÃO NACIONAL
Sessões presenciais, nas salas do festival, em São Paulo, e Online para todo o Brasil.

Apresenta 6 títulos inéditos no circuito comercial, sendo 3 deles em pré-estreia nacional. O vencedor entra no circuito In-Edit de festivais e será exibido na edição de Barcelona, na Espanha, com a presença de seu diretor ou diretora.

O longa A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinski (SP), exibido em avant-premiére no festival, retrata uma das principais compositoras e instrumentistas do país, Léa Freire, o começo de sua carreira tocando na noite paulistana e sua trajetória, chegando a ser comparada a Tom Jobim, Villa-Lobos e Hermeto Pascoal.

Em pré-estreia nacional, o documentário Alan, de Daniel Lisboa e Diego Lisboa (Irmãos Lisboa- BA), acompanha o rapper Alan, que vive em Salvador e que tenta mostrar seu trabalho invadindo o palco de outros artistas. As faces do Mao, de Dellani Lima e Lucas Barbi (SP), faz um review de José Mao Rodrigues Jr, professor universitário, militante político e anarquista, líder da mítica banda Garotos Podres.

Um dos artistas mais amargurados e misteriosos do Brasil, Belchior explica sua arte em Belchior – Apenas um Coração Selvagem, de Natália Dias e Camilo Cavalcanti (RJ), através de diversos depoimentos dados ao longo de sua carreira. Mesmo sem ser músico, o fotógrafo Carlos da Silva Assunção Filho, o Cafi, tem seu nome marcado na história da música brasileira. É dele a foto que está na capa do álbum “Clube da Esquina”, entre tantas outras que se tornaram clássicas. No filme Cafi, de Lírio Ferreira e Natara Ney (PE), ele e amigos contam sobre sua (boa) vida e sua arte. Também em pré-estreia nacional, Manguebit, de Jura Capela, esquadrinha o Manguebeat, um dos grandes movimentos musicais da história recente do país, desde sua origem em Pernambuco até suas reverberações.

MOSTRA BRASIL
Sessões presenciais, nas salas do festival, em São Paulo, e Online para todo o Brasil.

Traz o melhor da nova safra de documentários musicais, como o roadmovie Bandoneando – A Busca pelos bandoneonistas negros da Campanha Gaúcha, de Diego Müller (RS), que busca identificar personagens esquecidos na música: negros que colaboraram na introdução e divulgação do bandoneón na cultura gaúcha. Um dos principais nomes na divulgação do forró na cidade de São Paulo, Castanheiro do Forró, de Alfredo Bello (SP-PE), acompanha o músico Castanheiro, gerente de um dos maiores salões de forró da cidade e diretor de programação da Rádio Atual, que tocou e gravou durante anos com Luiz Gonzaga e outros grandes nomes.

Em Cine Rabeca, de Marcia Mansur, os músicos Luiz Paixão e Renata Rosa fazem um reencontro cinematográfico com suas trajetórias. O músico de jazz brasileiro Ivo Perelman vive há muitos anos nos Estados Unidos, onde é mais conhecido. Em Ivo Perelman – A Musical Storyteller, de Leonel Costa (SP), ele conta, com naturalidade, alguns de seus sucessos e fracassos. No documentário Lenha, Brasa e Bronca: A História de Jacildo e Seus Rapazes, o diretor Dennis Rodrigues (MT), resgata a história de Jacildo e Seus Rapazes, uma garage band dos anos 60 surgida em Cuiabá.

A história do cantor e entertainer Sidney Magal, considerado um dos maiores sex symbols do país, é tema do documentário Me Chama Que Eu Vou, de Joana Mariani (RJ). Tirando sarro de tudo e de todos, inclusive de si própria, a banda Repolho está no documentário Queremo Róque!, de Jivago Del (SC). O longa Tambores da Diáspora, de João Nascimento (SP), é uma investigação musical e antropológica sobre as origens e trajetórias do tambor, desde a África até o Brasil.

CURTA UM SOM
Sessões presenciais, nas salas do festival, em São Paulo, e Online para todo o Brasil.

Traz um leque com as mais variadas experiências sonoras, personagens e fatos históricos. São eles: A Orquestra das Diretas, de Caue Nunes, sobre a Orquestra Sinfônica de Campinas, que participou de vários comícios do movimento Diretas Já, liderada pelo maestro Benito Juarez; As Canções de Amor de uma Bixa Velha, de André Sandino Costa, traz uma reflexão de Marcio Januário sobre a condição de homem negro, gay e de terceira idade; Berimbauzeiro, de Marco Poglia, Magnólia Dobrovolski e Mário Saretta, sobre o Mestre Churrasco, que realiza diversos experimentos sonoros a partir de berimbaus não-convencionais, construídos por ele mesmo; Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio, na Zona da Mata de Pernambuco, onde sonho e realidade se misturam; Endless Love, de Duda Gambogi, registrou cantores e cineastas amadores que se encontram nos karaokês do Rio de Janeiro; Geruzinho, de Juliana Teixeira, Luli Morante e Rafael Amorim, sobre os irmãos Dingo Bala, Mestre Nenê, Niquimba e Nego Dadá, que formaram o bloco afro Descidão dos Quilombolas, na periferia de Aracaju; Hoje Estamos Aqui: Breve História de um Sound System Amazônico, de Darien Lamen, sobre Milton Almeida do Nascimento, um dos pioneiros na construção da aparelhagem, marca icônica na música amazônica; Passar Uma Chuva, de Aron Miranda e Cassandra Oliveira, sobre o violonista Nonato Leal; RAP – Revolução Através da Palavra, de Washington Deoli, com Thaíde, MC Soffia, Rappin’ Hood e Leci Brandão, entre outros; Sinal de Alerta: Lory F, de Fredericco Restori, nome festejado no underground gaúcho, que teve uma carreira meteórica e muito curta; e Sobre Pardinhos e Afrocaipiras, de Daniel Fagundes, sobre violeiros como Tião Carreiro e Índio Cachoeira que imprimiram à música caipira tradicional a influência dos povos indígenas e afrodescendentes, com depoimentos de Ricardo Vignini, Daniel Munduru e Saloma Salomão, entre outros.

SESSÕES ESPECIAIS

Sessões presenciais, nas salas do festival, em São Paulo.

As Sessões Especiais trazem oito títulos divididos em dois grupos.

O grupo dos filmes inéditos apresenta 4 títulos finalizados especialmente para o Festival e exibidos em sessões únicas. Uma das grandes lendas do rock brasileiro, Luiz Carlini, abre a porta de sua casa para o diretor Luiz Carlos Lucena. O registro está em Carlini – Guitarrista de Rock, que conta a história do guitarrista, que fez parte da formação clássica do Tutti-Frutti e, acompanhando Rita Lee, gravou grandes clássicos do rock nacional, como “Atrás do Porto Tem uma Cidade”, “Fruto Proibido”, e “Ovelha Negra”. A diretora Adrianna Oliveira nos convida para um mergulho ambientado nos anos 1980, onde Gueto Flow, Preto Show traz à tona o repertório construído ao longo de 12 anos da carreira do rapper paraense Pelé do Manifesto. Música Para Um Filme, de Otavio Cury, traz sequências editadas do ambiente de gravação da trilha do documentário “Constantino”, do mesmo diretor, composta pelo pianista Benjamim Taubkin e que contou com a participação de outros músicos notáveis, como Dimos Gourdalis (violoncelo), Ari Colares (percussão), João Taubkin (contrabaixo) e Mario Aphonso (flauta). E Um Disco Normal, de João Kombi, mostra a gravação do novo disco da banda de grindcore TEST, em lugares abertos como pistas de skate, estações abandonadas de trem, conchas acústicas ou até mesmo embaixo de uma ponte.

TELA GRANDE

Complementam as Sessões Especiais 4 filmes que foram destaque nas edições de 2020 e 2021 do In-Edit Brasil. Devido à pandemia de covid-19, esses filmes puderam ser vistos somente no formato online e, agora, serão exibidos pela primeira vez na tela grande do cinema. Oportunidade única de ver e rever esses documentários, que continuam inéditos no circuito comercial, com a qualidade de imagem e som que eles merecem!

O grande vencedor da edição de 2020, Dom Salvador & Abolition, de Artur Ratton e Lilka Hara, acompanha o cultuado pianista brasileiro Dom Salvador, que vive há mais de quatro décadas nos Estados Unidos e que ainda está na ativa. À frente da banda Abolição, é considerado um dos arquitetos da black music brasileira, nos anos 1970. Campeão de acessos no In-Edit Brasil 2020, o documentário Garoto – Vivo Sonhando, de Rafael Veríssimo, também contemplado com uma menção especial do júri, mostra um dos maiores violonistas de todos os tempos, Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, integrante do mítico Bando da Lua, conjunto que acompanhou Carmen Miranda nos Estados Unidos, referência de grandes violonistas como Baden Powell, João Gilberto e Raphael Rabello.

Já o filme vencedor do In-Edit Brasil 2021, Aquilo Que Eu Nunca Perdi, de Marina Thomé, mostra a cantora e compositora Alzira E, sua carreira com parceiros como Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, Almir Sater e sua irmã Tetê Espíndola, com arquivos, ensaios atuais e conversas íntimas dessa artista extraordinária, pioneira de muitas batalhas, que aos 63 anos lidera uma banda de rock. E o destaque de público de 2021, Secos & Molhados, de Otávio Juliano, reconta a história do grupo musical Secos & Molhados a partir de depoimentos de João Ricardo, criador da banda.

SERVIÇO
A programação completa do In-Edit Brasil está no site: www.in-edit-brasil.com

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