Trigo deve ocupar área menor em 2024 no Paraná, diz Boletim Agropecuário

Em 2024, a cultura do trigo deve ocupar uma área menor que a colhida em 2023 no Paraná. A primeira projeção de área será divulgada na próxima quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), refletindo a expressiva queda de rentabilidade observada para a cultura.

É o que revela o Boletim Agropecuário desta quinta-feira (21), que ainda aponta que, a preços de fevereiro, seriam necessários R$ 70,23 para produzir uma saca de trigo. Apesar dos custos variarem bastante em cada propriedade, este valor está bem acima do preço oferecido aos produtores atualmente, de R$ 64 na maioria das praças paranaenses.

“Ou seja, grande parte dos produtores terá que cortar custos ou torcer por uma valorização caso decida pelo plantio da cultura”, diz o documento preparado pelos técnicos do Deral.

MILHO
O Boletim ainda aborda o milho, cuja sitação climática em março não está sendo favorável para a segunda safra de 2023/24, com calor intenso e chuvas irregulares em boa parte do Estado.

Aliado a isso há relatos de ataque de pragas nas lavouras. Esses fatores são indicativos que a produção poderá ser menor que o esperado para esta safra.

No campo, 92% da área plantada encontra-se em condição boa e 8% em condição mediana, contudo, nos próximos relatórios este cenário deve mudar e devemos ter uma piora nestas condições.

FEIJÃO
No caso do feijão, nesta semana as lavouras do estado do Paraná tiveram uma piora devido ao calor excessivo. Atualmente, 93% da área apresenta condições boas, ante 98% na semana anterior. As lavouras medianas perfazem 6% do total e as ruins 1%, ante 2% e nenhuma antes, respectivamente.

Apesar desta piora, o quadro ainda é positivo para que haja uma boa safra. “A expectativa de uma
boa produção tem pressionado as cotações, ainda que de maneira precoce, tendo em vista que apenas 1% das lavouras está em maturação e que a colheita só ganhará volume em abril”, afirma o Boletim.

Para que estes preços menores se efetivem ao produtor, e cheguem ao consumidor futuramente, as condições climáticas precisam se manter favoráveis no Paraná, que detém a maior área dedicada à cultura de feijão no outono.

SOJA
No primeiro bimestre de 2024, o Paraná exportou 2,5 milhões de toneladas do complexo soja (grão, farelo, óleo e demais derivados). Este volume é 349% maior que no mesmo período de 2023. Já o montante financeiro transacionado foi de 1,22 bilhão de dólares, 118% maior que no ano anterior.

Apesar do volume expressivo embarcado neste início de 2024, as exportações totais para o ano devem ficar abaixo de 2023, pois a disponibilidade de soja é menor nesta safra.

“A explicação para este aumento significativo nas exportações da soja no início do ano é porque o Estado realizou a colheita antecipadamente, já na segunda quinzena de janeiro tínhamos volumes de colheita expressivos pelo estado e isso antecipou o escoamento para o mercado externo”, afirma o documento do Deral.

Desse modo, projeta-se que as exportações do complexo soja pelo Paraná devem fechar o ano com volume entre 13 e 14 milhões de toneladas, abaixo dos pouco mais de 16 milhões exportados na safra anterior.