Tragédia climática no RS pode impactar o consumo de arroz?
Divulgado pelo Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) nesta quinta-feira (9), o Boletim Agropecuário aponta que, no cenário doméstico, a produção brasileira é estimada em 10,5 milhões de toneladas para a atual safra, 2023/24. O Paraná tem uma produção modesta ficando em torno de 120 mil toneladas
Principal produtor de arroz do país, o Rio Grande do Sul vem sofrendo com a tragédia climática recente, em que boa parte do Estado está debaixo d’água, impactando a população e a produção agrícola nos campos.
Divulgado pelo Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) nesta quinta-feira (9), o Boletim Agropecuário aponta que, no cenário doméstico, a produção brasileira é estimada em 10,5 milhões de toneladas para a atual safra, 2023/24. O Paraná tem uma produção modesta ficando em torno de 120 mil toneladas.
Já RS com uma produção estimada de 7,5 milhões de toneladas, representando mais de 70% de toda a produção brasileira.
Diante dessa tragédia das chuvas, é possível esperar uma redução nesta produção, diz o Boletim. Entretanto, na última semana de abril já haviam sido colhidos mais de 80% da área semeada. Assim, exposto ao risco tinha em torno de 20% da área que equivale a aproximadamente 1,5 milhão de toneladas.
“Mesmo com uma perda significativa na produção, seja a colher ou da produção armazenada em silos, não é possível vislumbrar um cenário de desabastecimento nacional, pois num primeiro momento é possível importar como já fazemos regularmente ou reduzir as exportações”, diz o documento elaborado pelos técnicos do Deral.
O Brasil importou, em média, nos últimos três anos, 1,2 milhão de toneladas de arroz e exportou 1,8 milhão de toneladas, ou seja, a balança comercial do cereal é positiva.
Segundo pesquisa de 2019 da Abiarroz, o brasileiro consome em média 34 kg de arroz ao ano, sendo um dos principais produtos que compõem a alimentação básica no país, juntamente com o feijão.
O Ministério da Agricultura anunciou que importará até 1 milhão de toneladas de arroz para abastecer pequenos mercados, em periferias das cidades e nas regiões Norte e Nordeste, a fim de evitar aumentos de preços resultantes de problemas no escoamento e perdas nas produções do cereal.