Produtores de queijo de Guarapuava e Região formam associação

Com muitos produtores, mas com pouca visibilidade, a produção de queijo na região de Guarapuava está muito perto de ser alavancada com a criação de uma associação mesorregional.

Instigados pelo Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), queijeiros de pelo menos sete municípios fundaram no último 16 de dezembro, em Laranjeiras do Sul, a Associação dos Produtores de Queijos e Derivados de Leite da Região Centro do Paraná (APROLEQ). Participam queijeiros da região de Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Pitanga e Ivaiporã.

A criação da entidade tomou forma após um curso de queijo artesanal promovido pelo IDR durante os meses de novembro e dezembro, em Guarapuava e Laranjeiras do Sul, e que movimentou mais de 100 participantes.

Ao CORREIO, o idealizador da capacitação e engenheiro de alimentos do Instituto, Marcelo Barba Bellettini, explicou como ocorreu o processo de criação da associação.

“Nós nos reunimos, vários produtores de queijo da região Centro. Nós apresentamos um modelo de como poderia ser essa associação, foi eleita uma diretoria. Os próprios produtores se colocaram nos respectivos cargos que precisa ter a associação, os próprios produtores escolheram o nome”, afirmou.

Segundo ele, são vários os pontos positivos da formação da associação, desde a força para buscar apoio do governo, até a participação em concursos de queijos, onde todos podem participar, sem a necessidade de todos estarem presentes. Além disso, ele destaca que a compra de insumos e ou embalagens pode ser barateada quando em grande quantidade.

“A maioria dos produtores são de Guarapuava ou da região de Guarapuava, como Turvo, Pinhão, Cantagalo e Reserva do Iguaçu, então, são próximos da nossa região. Em fevereiro, nós vamos fazer uma segunda reunião porque foi votado um estatuto, agora nesse segundo encontro, nós vamos fazer o regimento interno. A gente vai se reencontrar, vai ser em Guarapuava e tenho certeza que vamos colher bons frutos com essa associação”, destacou o engenheiro.

Ainda segundo Bellettini, no segundo semestre de 2023 haverá o Queijos Paraná, promovido pelo Governo do Estado. A expectativa é de que haja participação da APROLEP.  “A gente espera que, com essa associação, vamos poder trazer medalhas  para nossa região Centro”.

ASSOCIADOS

Atualmente são 20 associados, sendo 19 queijeiros e uma produtora de doce de leite de Entre Rios. No entanto, a entidade está de portas abertas para receber novos integrantes.

“Para quem quiser entrar na associação ainda dá tempo, precisa pagar alguma coisa? Não. Alguém ganha alguma coisa na associação? Não. Ninguém ganha salário nenhum”, aponta Marcelo. Para se associar é necessário procurar o escritório do IDR-PR em Guarapuava ou ligar no telefone (42) 3621-9300.

CURSO

Em abril de 2023 ocorre a segunda etapa do curso de queijo artesanal, mas desta vez, apenas os associados poderão participar. A capacitação deve ocorrer em Guarapuava, Laranjeiras do Sul e possivelmente em Pitanga. “Como vamos trabalhar com laboratório, o laboratório só comporta 15 pessoas, quem vai participar desse curso são associados da APROLEQ. Não é que a gente não queira atender todo mundo, é que não cabe. Quem fizer parte vai poder participar desses cursos. Hoje nós estamos em 20 pessoas, mas se chegar a 30, 40, nós vamos fazer dois dias, para poder abranger todos os associados”, garante o idealizador.

Desta vez  os queijeiros terão aulas práticas, produzindo queijos e levando para casa para maturação. Também terão uma aula no segundo dia para aprender mais sobre esta etapa. Depois de cerca de 60 dias, voltarão a se reunir para avaliação das peças. “É na maturação que a gente consegue desenvolver sabor, aroma e agregar valor ao queijo”, comenta Marcelo Bellettini. Outro tema será a diversidade de tipos de queijos que podem ser feitos na região.

IDR

O Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) tem atuação em todo território do estado apoiando o desenvolvimento das diversas cadeias produtivas. Na região, o órgão dispõe de diversos profissionais para atendimento ao produtor rural. “O IDR, antiga Emater, é uma instituição bastante robusta. Hoje nós temos bastante profissionais que atuam. O maior número de profissionais que nós temos são engenheiros agrônomos, então toda essa parte de campo, de lavoura, é só procurar o escritório local. Nós temos engenheiros florestais, de alimentos, médico veterinário”, lista Marcelo.