Frio e geada afetaram pastagens e hortaliças em Guarapuava, diz secretário

Ao CORREIO, o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, afirmou que a primeira geada desta semana, que sucedeu um dia de chuva, foi a que causou mais danos

A região de Guarapuava registrou temperaturas negativas durante esta semana, especificamente na terça (29) e quarta-feira (30), com grande incidência de geada. O fenômeno foi previsto pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), por ação de uma massa de ar polar que passou pelo Sul do Brasil.

E, como era esperado, a mudança da paisagem rural e urbana de Guarapuava veio acompanhada de profundos estragos nas plantações de hortaliças e nas pastagens, impactando diretamente os produtores de leite.

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, o dia mais crítico foi justamente a terça-feira, que sucedeu as chuvas de segunda.

“A planta estava com bastante umidade, com bastante água armazenada… e essa geada foi de grande intensidade e prejudicou bastante, principalmente as olerícolas, as pastagens e as plantações de aveia”, ressaltando que o reflexo irá aparecer durante os próximos dias. “E vindo esse Sol forte, ele também, realmente ‘judia’ bastante da planta”.

O titular de Agricultura ressalta que Guarapuava tem um número grande de pequenos agricultores, e que nem todos têm as condições ideais para se prevenir em meio às mudanças climáticas. E, apesar dos prejuízos causados pelo tempo gelado, ele diz acreditar que não irá ocorrer desabastecimento de hortaliças na cidade, “mas vai causar alguma deficiência”.

MILHO
No Paraná, as condições climáticas favoráveis à formação de geada trouxeram prejuízo para alguns produtores, como os de milho, mas podem não atrapalhar os planos dos triticultores. As primeiras análises após as baixas temperaturas da semana são um dos assuntos do Boletim de Conjuntura Agropecuária elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

A segunda safra de milho no território paranaense tem em torno de 1,8 milhão de hectares potencialmente suscetíveis a serem impactados pelas geadas. Essa estimativa de extensão é feita em razão dos diferentes estágios de maturação das lavouras. Historicamente, as regiões Sul, Centro e Oeste são as que têm mais perdas. No Norte do Estado, onde está a maior área da plantação de milho, a ocorrência de perdas devido a esse fenômeno não é comum.

TRIGO
O plantio de trigo continua em bom ritmo no Paraná, chegando a 95% da área prevista. No entanto, o atraso no começo da implantação da cultura faz com que apenas 1% das lavouras esteja na fase da floração. As geadas ocorridas esta semana são preocupantes para esse porcentual.

Se forem verificados prejuízos, eles devem se concentrar no Centro-Oeste paranaense, com possíveis danos pontuais no Oeste, Sudoeste e Norte. Para as lavouras localizadas no Sul e Centro-Sul, onde o plantio sequer foi concluído, o fenômeno natural das geadas é positivo neste momento, pois favorece a aclimatação da cultura.

***********Com ANPr

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