Calor intenso em dezembro provocou piora nas condições das lavouras de milho e soja no Paraná

Informação consta no primeiro boletim do Departamento de Economia Rural (Deral) de 2023

O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) divulgou nesta quinta-feira (5) o primeiro boletim semanal da conjuntura agropecuária de 2023. Um dos destaques do documento é a piora nas condições das lavouras de milho e soja.

Conforme o Deral, um dos principais fatores observados pelos técnicos no campo foi um calor intenso durante a segunda quinzena de dezembro, especialmente na região Oeste do Estado, impactando mais fortemente a soja. 

O relatório de plantio e colheita apontou que o Paraná tem 80% dos 5,7 milhões de hectares plantados de soja em condição boa, enquanto 16% tem condição mediana e 4% dessa área apresenta condição ruim. 

Já para o milho 79% da área apresenta condição boa, 18% tem condição mediana e 3% condição ruim. Estima-se que foram plantados 383 mil hectares nesta safra. A expectativa é que nos próximos dias se inicie a colheita tanto da soja como do milho primeira safra no Estado do Paraná. 

Enquanto a safra de verão está próxima da colheita, o milho segunda safra já tem a janela aberta do plantio e deve avançar à medida que se colhe a soja. 

CEBOLA

O Paraná foi o sétimo produtor nacional de cebolas em 2021 e responde por 6,4% da produção nacional, sendo a atividade explorada em outras quinze unidades da federação (IBGE/PAM). O cultivo da alliacea no Estado, para a safra 2022/2023, tem uma área estimada em 3,3 mil hectares, sendo 17,0% menor que o período anterior. Por outro lado, estima-se uma produção de 104,4 mil toneladas, semelhante à colheita passada.

Segundo o boletim, as produtividades esperadas estão 20,8% acima de 2021/2022, quando encerrou o ciclo com 26,5 t/ha, e hoje projeta-se 32,0 t/ha. O Núcleo Regional de Curitiba, com superfície plantada de 1,6 mil ha, responde por 49,9% da área cultivada, seguido de Guarapuava (690 ha) e Irati (500 ha) com 21,1% e 15,3%, respectivamente, e juntos participam com 86,3% do total do Estado.

O tempo seco e quente em junho/21 – no período de desenvolvimento vegetativo – favoreceu a incidência de tripes; entre agosto e setembro passados – etapa de bulbificação – nos períodos de umidade elevada ocorreram pontualmente infestação de Míldio e Botrytis.

Já na segunda quinzena de outubro teve o início da colheita de cebolas no Estado e, até 21 de dezembro, cerca de 68,0% da área havia sido colhida, número que hoje tende a estar próximo aos 90,0%. O Deral aponta que nesta safra houve redução de área devido as últimas colheitas terem precificado a cebola a valores muito baixos, descapitalizando o produtor. Por outro lado, mesmo com as variações do clima, obteve-se uma boa produtividade. 

A colheita será finalizada em janeiro na principal região produtora e deverá se estender até meados de fevereiro nas demais.. Os preços nominais em 2022, frente ao período anterior, elevaram-se substancialmente, sendo a variação de 142,3% ao produtor, no atacado 95,5% e 83,3% no varejo. No entanto, na medida em que as colheitas nacional e estadual evoluíram a partir do segundo semestre, os preços estão retornando a patamares adequados neste início de ano.

*Com informações do Deral

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