Livro de Pedro Alexandre Sanches revê o início da história dos discos de longa duração e álbuns importantes do período

Pouco a pouco, os “bolachões” iam deixando de ser compilações de sucessos lançados primeiramente em compacto e começavam a contar histórias próprias, com começo, meio e fim. Mais detalhes nesta edição da coluna NOTAS TROPICAIS, que tem ainda informações sobre o primeiro episódio do podcast “Copan: edifício em movimento”

O jornalista e escritor Pedro Alexandre Sanches lançou em 2021 o livro digital “Álbum 1 – 1950 a 1972: saudade, bossa nova e as revoluções dos anos 1960” (Edições Sesc). A obra contempla o início da história dos discos de longa duração, depois de um domínio no mundo de mais de meio século dos discos compactos. Pouco a pouco, os “bolachões” iam deixando de ser compilações de sucessos lançados primeiramente em compacto e começavam a contar histórias próprias, com começo, meio e fim. Compositores e cantores passavam a trabalhar pensando em como inserir suas músicas em álbuns, e não mais apenas na lógica de ter sucessos avulsos tocando nas principais rádios do país.

Entre estes artistas da primeira fase dos LPs estão: Aracy de Almeida, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Elizeth Cardoso, Jackson do Pandeiro, João Gilberto, Tom Jobim, Celly Campello, Elza Soares, Jorge Ben, Maria Bethânia, Wilson Simonal, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Geraldo Vandré, Pixinguinha, Ronnie Von, Teixeirinha, Inezita Barroso, Roberto Carlos, Tim Maia, Noriel Vilela, Clara Nunes, Elis Regina, Chico Buarque…

Aspas
Como escreve o autor na introdução: “Este livro faz um apanhado impressionista da história da música enquanto gravada em álbuns de canções. É um recorte possível entre incontáveis outros. Tenta abranger alguns discos inquestionáveis, ditos clássicos (muitos deles extremamente populares em seus tempos e/ou no decorrer da história), mas não se esquece daquilo que virou garimpo de diamantes entre os mais fanáticos dos admiradores do formato. Preza o ‘sucesso’ de alguns e o ‘insucesso’ de outros porque sabe que a história, tal qual os velhos discos de vinil, não existe sem o lado B – neste caso, nem sem os lados C, D etc., nem sem toda a matéria-prima que constitui o interior de uma esfera. Não é possível conter o universo dentro de um livro sobre álbuns, mas tentamos aqui compor um mostruário robusto, que a um só tempo contemple a história da música brasileira contada a partir de seus discos e os afetos pessoais e intransferíveis do colecionador apaixonado de álbuns”.

Serviço
O livro de Pedro Alexandre Sanches está disponível apenas no formato digital, para compra em sites de lojas (Amazon, por exemplo) e aplicativos.

Autor
Pedro Alexandre Sanches, paranaense, é jornalista em São Paulo desde 1994. Trabalhou como redator, repórter e crítico musical na Folha de S.Paulo (1995-2004) e como sub-editor e repórter na CartaCapital (2005-2009). É autor dos livros “Tropicalismo: decadência bonita do samba” (Boitempo, 2000) e “Como dois e dois são cinco: Roberto Carlos” (& Erasmo & Wanderléa (Boitempo, 2004). Atualmente é editor-colaborador de cultura para a revista CartaCapital.

Copan
Está no ar o primeiro episódio de “Copan: edifício em movimento”, podcast que convida o ouvinte a conhecer por dentro este cartão-postal tão presente no imaginário coletivo, dentro e fora de São Paulo. Na estreia, a atriz, diretora do teatro, moradora do Copan – e narradora do podcast – Mika Lins percorre a galeria acompanhada por KL Jay, integrante do Racionais MC’s e seu vizinho. Os dois relembram a chegada ao prédio, compartilham lembranças e impressões sobre a experiência de morar ali, refletem sobre o significado do Copan em suas vidas. Participam também os arquitetos Humberto Pio e Eduardo Ferroni.

Copan 2
Ouça o episódio “Térreo” no Spotify, Deezer, Apple Podcast ou no seu tocador preferido e assine para não perder os próximos.

Edifício na região da República é famoso pelas linhas curvas (Foto: Reprodução)

Copan 3
Há 55 anos, o Copan abriga e cria histórias. As riquezas e complexidades do passado e do presente do maior complexo residencial da América Latina são tema de “Copan: edifício em movimento”. Da garagem ao terraço, passando pela galeria e por alguns de seus mais de mil apartamentos e quitinetes, o podcast simula uma visita guiada pelo prédio e seu entorno. Os cinco episódios em formato narrativo incluem diversas histórias e anedotas contadas por Mika Lins e outros moradores, além de arquitetos, funcionários e frequentadores do Copan. Trazem ainda verbetes de conceitos-chave da arquitetura e do urbanismo explicados de forma simples.

Copan 4
FICHA TÉCNICA
Realização: Ministério do Turismo, Pivô e Megafauna
Produção: Trovão Mídia
Criação e direção geral: Paula Signorelli
Narração: Mika Lins
Pesquisa: Diego Matos e Sabrina Fontenele
Roteiro: Laura Capelhuchnik
Montagem, desenho de som, música-tema e mixagem: Marianna Romano
Som direto: Tomás Franco e Tales Manfrinato
Identidade visual: Elaine Ramos
Assistência de produção e pesquisa: Pivô

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