‘Perspectivas Geográficas’ fica até sexta (15) no Santa Cruz

Brasília, Lapa, Guarapuava e Porto Alegre. As formas, a paisagem, a arquitetura, a composição. É o espaço geográfico em suas dimensões. Principalmente com o sujeito.

Na exposição fotográfica Perspectivas Geográficas, a artista Samira Franqui Fanti compõe sua interpretação do espaço brasileiro em 25 registros de cidades pelas quais ela passou como bolsista do PET Geografia, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), durante o ano de 2015.

Em todas as atividades de campo, eu levava minha máquina fotográfica para treinar o que eu tinha aprendido, diz Samira, referindo-se a um curso de noções básicas de fotografia, ministrado pelo professor Rodrigo de Souza.

Na verdade, o interesse pelas imagens foi incentivado pelo tutor do PET Geografia, Clayton Luiz da Silva. Ele sempre dá liberdade pra gente escolher nossas pesquisas e trabalhos, estimulando o desenvolvimento de outras linguagens. Como é o caso, por exemplo, da música e da fotografia.

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Com isso, Samira foi a campo em regiões como Brasília, Lapa, Guarapuava e Porto Alegre. Ela aproveitou as atividades tutoriais do programa para treinar sua técnica de fotografia – não me considero fotógrafa- e praticar seu olhar sobre o espaço geográfico e as relações com o sujeito.

O laboratório do geógrafo é o mundo. Temos atividades em gabinete e leituras, mas não podemos nos limitar a isso, explica, destacando que o profissional da área precisa entender a sociedade.

Assim, nasceram fotos que flagram a arquitetura antiga da Lapa, os catadores de recicláveis de Guarapuava, o Congresso pegando fogo em Brasília, entre outros. A exposição no campus Santa Cruz da Unicentro revela o filtro da lente de Samira.

FRASES
Em uma das fotos de Brasília, Samira compõe uma cena impactante: ao fundo, o Congresso Nacional; à frente, no plano mais próximo do espectador, o fogo crepitante. Embaixo da foto, uma frase pinçada do intelectual Milton Santos: O poder da Geografia é dado pela sua capacidade de entender a realidade em que vivemos.

Pronto: um instante do real filtrado pelo senso de composição da fotógrafa; ainda mais com a inclusão de um texto simbólico.

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Samira conta que o objetivo da exposição não era pôr frases/legendas em todas as imagens. Apenas naquelas que eu julgasse necessário, explicando que a junção de frase e foto é para compor um olhar crítico.

Inclusive, era a primeira vez que a graduanda visitava a capital federal. Ela conta que a oportunidade da viagem surgiu graças a uma turma de Mestrado. Pintou uma vaga e eu fui.

Assim como nas outras cidades, os cliques surgiam a partir de experimentos com cores, luzes, abertura da lente, composição de cena etc.

CURADORIA
Sem pretensão de montar uma exposição, Samira conta que a atividade fotográfica seguia mais o seu interesse em registrar tudo aquilo que a rodeava nas atividades de campo do PET Geografia.

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Nunca imaginei que teria fotos com qualidade suficiente para montar uma exposição. Por isso, estou muito satisfeita com essa minha primeira mostra na Unicentro.

Para selecionar todo o material, a fotógrafa contou com a curadoria de Rodrigo de Souza, o mesmo professor que deu aquele curso básico em 2015. O Rodrigo me ajudou a escolher as fotos, pensando principalmente na combinação entre elas.

Inclusive, o curador fez com que a artista percebesse ligações entre imagens diferentes, estabelecendo um jogo de simetria. Como não tenho experiência na área, nem tinha me tocado, brinca Samira.

Segundo ela, a combinação de fotos e frases provoca uma interpretação, com um efeito que é, muitas vezes, impactante. Não dizem que a arte precisa provocar? Estou satisfeita se consegui isso.

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EQUIPAMENTO
As fotos da exposição foram clicadas em uma Nikon Coolpix 3200. É uma câmera semiprofissional, explica Samira, acrescentando que a marca foi aconselhada por sua irmã, que é fotógrafa profissional.

Samira ainda se considera uma iniciante; mas ela pretende praticar mais e investir na área.

PET GEOGRAFIA
Segundo a graduanda Samira Franqui Fanti, o Programa de Educação Tutorial (PET) é um mecanismo mantido pelo governo federal. A Unicentro é uma das universidades estaduais do Paraná que mantém o funcionamento desse programa em alguns cursos de graduação.

Na Geografia, o PET tem 24 anos de funcionamento. O PET desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, diz Samira. O tutor é o professor doutor Clayton Luiz da Silva.

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SERVIÇO
‘Perspectivas Geográficas’
Exposição fotográfica de Samira Franqui Fanti
Grátis, até sexta-feira (15)
Centro de Exposições
Campus Santa Cruz (rua Padre Salvador Renna, 875)
Guarapuava

Texto e fotos: Cristiano Martinez