Endividamento no Paraná é maior entre os mais ricos, diz pesquisa

O endividamento aumentou pelo segundo mês consecutivo no Paraná. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 87,9% das famílias paranaenses possuíam algum tipo de dívida em maio, alta de quase 2 pontos percentuais em relação a abril (86%). O indicador também apresentou aumento na comparação com maio de 2016, quando era de 83,6%. O cenário estadual vai na contramão da média nacional, que ficou em 57,6% e recuou após três altas mensais.

No Paraná, os consumidores com maior renda são os mais endividados. Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o endividamento chega a 93,4%, contra 86,7% nas famílias com rendimentos abaixo deste patamar.

Por outro lado, por ter maior renda, as classes A e B possuem melhores condições de pagamento. Por isso, apenas 12,7% das famílias mais abastadas possuem contas em atraso. Nas famílias com renda até dez salários mínimos, esse percentual é de 25,4%.

Da mesma forma, a inadimplência é maior nas classes C, D e E. Entre os que estão com contas em atraso, em metade dos casos a falta de pagamento supera os 90 dias, o que permite a inclusão do CPF nos serviços de proteção ao crédito. Nas famílias com renda acima de dez salários mínimos, apenas 23,8% dos que possuem débitos atrasados podem ser considerados inadimplentes.

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De modo geral, as contas atrasadas atingem 23,3% das famílias do Estado. Esse indicador tem apresentado queda desde abril, o que pode ser creditado ao início da liberação das contas inativas do FGTS. Muitos consumidores aproveitaram o dinheiro extra para saldar dívidas e limpar o nome no comércio.

O percentual de famílias que não terão condições de pagar ficou em 9,1% em maio e se manteve praticamente estável com relação a abril, quando havia baixado para 8,9%. Novamente em função das contas inativas, os consumidores melhoraram as condições de pagamento de seus compromissos financeiros.

CARTÃO
O cartão de crédito representou 71,8% dos motivos de endividamento em maio. Houve uma pequena elevação comparada ao mês anterior, quando o cartão de crédito concentrava 68,6% das dívidas das famílias paranaenses. Em maio do ano passado 65,8% das dívidas estavam vinculadas ao cartão de crédito. O financiamento imobiliário (8,6%) e o financiamento de veículos (9,4%), apesar da maior restrição dos bancos à concessão de crédito, continuam sendo outros dois principais meios de endividamento.
Tipos de dívidas por classes

O cartão de crédito mostrou maior utilização nas famílias de renda mais alta e chegou a 75,5%. O financiamento imobiliário também é maior entre as classes com maior poder aquisitivo, com 11%, contra 8,1% nas classes C, D e E. O setor imobiliário também desponta nas classes de maior renda.

Com relação ao financiamento de veículos, o comportamento é inverso. Nas famílias com renda até dez salários mínimos, corresponde a 9,6% das dívidas, contra 8,4% nas famílias com rendimentos superiores.

Texto: Assessoria
Fotos: Assessoria e Ilustrativa