Em 2021, Educação se preparou para implementar o Novo Ensino Médio
As transformações na estrutura do Ensino Médio têm como objetivo incentivar o papel protagonista dos estudantes, valorizando suas aptidões e interesses
Em 2021, a secretaria estadual da Educação e do Esporte trabalhou ao lado da comunidade escolar para dar início ao processo de implementação do Novo Ensino Médio. O modelo, previsto pela Lei Federal nº 13.415/2017, propõe mudanças na carga horária e na organização curricular de escolas das redes de ensino públicas e privadas de todo o Brasil, que valem a partir de 2022. As transformações na estrutura do Ensino Médio têm como objetivo incentivar o papel protagonista dos estudantes, valorizando suas aptidões e interesses.
No Paraná, a entrega simbólica do referencial curricular e das diretrizes complementares referentes à implementação do Novo Ensino Médio aconteceu em 6 de agosto, em reunião entre a Seed-PR e o Conselho Estadual de Educação (CEE/PR). No mesmo mês, houve a homologação dos documentos e a publicação no Diário Oficial.
A documentação contempla questões como carga horária, proposta pedagógica, avaliação e verificação de rendimento dos estudantes, além da estrutura da Formação Geral Básica e da organização e forma de oferta dos itinerários formativos. Confira, abaixo, as principais mudanças do Novo Ensino Médio e as ações promovidas pela Seed-PR ao longo do ano, visando à preparação para o novo modelo.
CARGA HORÁRIA
O Novo Ensino Médio estabelece a ampliação da carga horária mínima do estudante na escola, que passará de 800 horas para 1.000 horas anuais. Dessa forma, o Ensino Médio passa a ter um total de 3 mil horas ao longo dos três anos, sendo 1.800 destinadas para a Formação Geral Básica e 1.200 para a realização dos itinerários formativos.
FORMAÇÃO GERAL BÁSICA
O Novo Ensino Médio será composto por dois conjuntos de aprendizagens: a Formação Geral Básica (FGB) e os itinerários formativos. A FGB é o conjunto de aprendizagens comuns e obrigatórias a todos os estudantes, conforme estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um documento que guia a elaboração dos currículos de referência adotados por colégios públicos e privados de todo o Brasil.
A Formação Geral Básica será organizada em quatro áreas do conhecimento. Uma delas é Linguagens e suas Tecnologias, formada pelos componentes curriculares de Arte, Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Educação Física. Outra é Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com Química, Física e Biologia. Uma terceira área é Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, composta por História, Geografia, Sociologia e Filosofia. Por fim, há a área de Matemática e suas Tecnologias, que contempla somente o componente de Matemática.
ITINERÁRIOS FORMATIVOS
Além dos conteúdos obrigatórios da Formação Geral Básica, o estudante do Novo Ensino Médio poderá escolher um itinerário formativo, para se aprofundar ainda mais nos conhecimentos que despertam seu interesse e aptidão. O itinerário é como um conjunto de trilhas de aprendizagem que podem ser organizadas a partir de uma ou mais áreas do conhecimento. São elas: Matemática e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Existe, ainda, a possibilidade de escolher um itinerário de formação técnica (com cursos que estão no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos) ou profissionalizante, como a formação de docentes.
Cada instituição de ensino oferecerá itinerários de acordo com as necessidades locais. Uma possibilidade é a oferta de itinerários formativos integrados, que unem mais de uma área do conhecimento, como o itinerário de Linguagens & Ciências Humanas ou o itinerário de Matemática & Ciências da Natureza. Os estudantes poderão escolher o itinerário conforme a oferta da sua escola.
As escolas disponibilizarão ainda outros componentes, como Educação Financeira, Pensamento Computacional e Projeto de Vida, que serão fundamentais para apoiar os estudantes na escolha pelo itinerário.
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Presente na matriz do Novo Ensino Médio, o componente curricular de Educação Financeira já começou a ser ensinado nas escolas da rede estadual do Paraná em 2021. Uma vez por semana, quase 400 mil alunos paranaenses passaram, neste ano, a ter aulas específicas para tratar do tema, aprendendo a cuidar melhor das finanças pessoais, administrar o orçamento familiar e ter um planejamento financeiro. Com o Novo Ensino Médio e a ampliação da carga horária, serão ministradas duas aulas por semana.
PROJETO DE VIDA
Durante as aulas do Projeto de Vida, o estudante vai desenvolver habilidades e receber apoio para pensar sobre seus sonhos e objetivos. Dessa maneira, ele estará mais preparado para optar por um itinerário formativo e planejar seus próximos passos nas vidas acadêmica e profissional.
O professor do Projeto de Vida atuará como um mediador entre os estudantes e suas expectativas, auxiliando na construção das dimensões profissional, cidadã e pessoal de cada um. Essa orientação acontecerá, por exemplo, por meio de atividades sobre o mundo do trabalho e as possibilidades de atuação profissional (incluindo conversas sobre carreira, emprego, renda, empreendedorismo e inovação).
Outras atividades que poderão ser realizadas são pesquisas para identificar problemas locais e suas soluções, elaboração de planejamentos para executar propósitos de vida, seminários de profissões, feiras de conhecimento e escuta ativa dos jovens por intermédio de grupos de diálogos.
FORMAÇÃO
Ao longo do ano, a Seed-PR promoveu ações de formação para preparar os profissionais da educação para implementar o novo modelo. Entre novembro e dezembro, aconteceu o Seminário de Formação sobre o Novo Ensino Médio, destinado a professores. Já em setembro e outubro, houve uma série de oficinas presenciais de formação com os pedagogos. Os diretores, por sua vez, tiveram reuniões com a Seed-PR acerca do Novo Ensino Médio nos meses de agosto e setembro.
CONSULTAS À COMUNIDADE
A Seed-PR realizou, ainda, consultas à comunidade, com o objetivo de receber contribuições e sugestões sobre o Novo Ensino Médio. Estudantes, pais, professores, funcionários de escolas e a comunidade em geral puderam ter acesso aos documentos que detalham a proposta e contribuir para o seu aperfeiçoamento. Houve uma consulta em fevereiro, a respeito do referencial curricular, e outra nos meses de outubro e novembro, a respeito do currículo do Novo Ensino Médio.