Casos de doenças respiratórias disparam em Guarapuava e baixa adesão à vacina preocupa autoridades

A epidemia silenciosa das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) está ganhando força em Guarapuava, e o cenário exige atenção imediata.

A tragédia já é real: quatro óbitos foram registrados, todos em pessoas com comorbidades, duas delas não estavam vacinadas contra a gripe. “Precisamos que mais pessoas se vacinem. A vacina salva vidas e reduz o risco de complicações graves. Já temos vírus circulando intensamente e internações por gripe e Covid-19. Vacinar é um ato de responsabilidade coletiva”, alerta o secretário municipal de Saúde, Márcio Brunsfeld.

Apesar do risco crescente, a cobertura vacinal em Guarapuava segue muito abaixo da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde:

  • Crianças de 6 meses a <6 anos: 25% vacinadas
  • Gestantes e puérperas: 27,4%
  • Pessoas com 60 anos ou mais: 48,1%
  • Cobertura geral: 54,36%

Esse cenário é ainda mais preocupante quando se observa o impacto regional. A 5ª Regional de Saúde de Guarapuava registrou aumento de 72,2% nos casos hospitalizados por SRAG em 2025 (198 casos contra 115 em 2024). Já os óbitos subiram 85,7% — foram 13 neste ano.

TRATAMENTO E MEDIDAS

A Prefeitura de Guarapuava reforça a testagem rápida para síndromes gripais. Em 2025, mais de 1.200 tratamentos foram iniciados.

A Secretaria Municipal de Saúde reforça as orientações para conter o avanço das doenças respiratórias:

  • Vacine-se – a vacina está disponível em todas as UBS para o público geral;
  • Use máscara se tiver sintomas gripais;
  • Lave bem as mãos e mantenha os ambientes arejados;
  • Evite contato com grupos de risco se estiver doente;
  • Procure atendimento médico ao apresentar febre alta, falta de ar ou cansaço extremo;

“Nosso trabalho é salvar vidas. Mas precisamos da colaboração da população. A vacina é segura, gratuita e a melhor forma de evitar tragédias que podem ser prevenidas”, reforça a equipe da Vigilância em Saúde.

CENÁRIO ESTADUAL

O quadro em Guarapuava segue a tendência do Paraná, que já soma 10.038 internações por SRAG até 2 de junho de 2025, um aumento de 13,6% em relação a 2024. Os óbitos, porém, tiveram uma queda de 23,4% (de 612 para 469).

  • Destaques por faixa etária no estado:
  • Crianças menores de 6 anos: aumento de 3.455 para 4.164 casos
  • Idosos com 80 anos ou mais: 1.197 casos e 142 óbitos
  • Entre os 74 óbitos por Influenza no Paraná em 2025:
  • Apenas 8 pessoas (10,8%) estavam vacinadas
  • Apenas 22 (29,7%) utilizaram Tamiflu
  • 78,3% apresentavam comorbidades

A lista das Unidades de Saúde com vacinação disponível, aqui, e nas redes sociais da Secretaria de Saúde.

Não espere os números subirem ainda mais. Vacine-se. Proteja quem você ama. Prevenir é um ato de amor e responsabilidade coletiva.