Pedestres, motociclistas e ciclistas foram 40% dos mortos nas BRs do Paraná em 2023 

Com 559 óbitos registrados, balanço da PRF aponta estabilidade em relação a anos anteriores

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou nesta terça (23) o balanço de sinistros de trânsito nas rodovias federais no Paraná em 2023, apresentando dados de sinistros, de fiscalização e de educação para o trânsito. 

Os números extraídos dos sinistros registrados pela PRF mostram que 223 pessoas que morreram em sinistros de trânsito eram pedestres ou ocupavam motocicletas, motonetas ou bicicletas. O número equivale a 40% do total de mortos nas rodovias do estado no ano. 

As colisões frontais mataram 151 pessoas no estado (27% do total de mortes), mesmo sendo o tipo de apenas 6% dos sinistros. Este tipo de colisão é causado predominantemente por dois fatores: ultrapassagens proibidas ou malsucedidas e excesso de velocidade. 

Para combater este tipo de colisão, a PRF tem reforçado a fiscalização de todos os tipos de ultrapassagens indevidas – proibidas ou forçadas – e aumentado a fiscalização de velocidade com o uso de radares portáteis. A instituição realizou em 2023 mais de 20 mil autuações por infrações de ultrapassagem, 13,4% a mais do que em 2022. Quanto à velocidade, aumentou em 96% a quantidade de horas de operações com radares, chegando a 5.398 horas de fiscalização, com 189 mil flagrantes de excesso de velocidade.

SINISTRO DE TRÂNSITO 

A palavra sinistros substitui acidentes após atualização da nomenclatura pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) da NBR 10697, em 2020, com adoção pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no ano passado. A mudança considera fatores técnicos e busca também uma mudança de percepção, pois a expressão acidentes passaria uma sensação de acontecimentos inevitáveis e imprevisíveis. 

O termo sinistro, além de mais correto tecnicamente, pretende deixar claro que colisões, atropelamentos e tombamentos e diversos outros sinistros podem ser evitados, assim como as mortes e lesões decorrentes destes. 

Em 2023, nas rodovias federais do Paraná, foram contabilizados 6.827 sinistros de trânsito, que provocaram a perda de 559 vidas. Os números são menores do que em 2022, quando 568 pessoas morreram em 7.113 sinistros. Dos sinistros de 2023, 1.929 foram considerados graves – quando ocorre lesão grave ou morte de pelo menos um dos envolvidos. 

Mais da metade das mortes (58%), ocorreram em trechos de rodovias não duplicadas, a chamada pista simples. Este tipo de configuração de via exige cuidado redobrado dos condutores, pois a ocorrência de sinistros costuma ser com interação entre veículos que circulam em sentido contrário, amplificando a energia da colisão. 

A PRF registra sinistros que tenham reflexos além de simples danos patrimoniais, notadamente os sinistros que causem lesões em pessoas, danos ao meio ambiente, vazamento de produto perigoso ou os sinistros que tenham outros possíveis reflexos jurídicos, como quando um dos condutores está alcoolizado ou é inabilitado.

Chama atenção nos dados o aumento 15% de óbitos em sinistros envolvendo caminhões – 252 mortos em 2022 e 291 em 2023. O aumento de mortes acompanha o aumento de outros números de sinistralidade em caminhões, incluindo a quantidade de acidentes classificados como graves. A PRF também observou um aumento nos números de óbitos em sinistros que envolveram caminhões com problemas mecânicos: 25% mais óbitos em acidentes com esse registro. 

Quase 150 mil veículos de carga foram fiscalizados pela PRF no Paraná em 2023, um aumento de 4,6% comparado com o ano anterior, equivalente a mais de 400 fiscalizações por dia. Do total de veículos fiscalizados, a fiscalização de veículos de carga atinge 43%. 

As fiscalizações são realizadas no dia a dia dos policiais rodoviários federais, bem como em iniciativas específicas, como a Operação Serra Segura, realizada regularmente com o foco na fiscalização das condições mecânicas dos veículos de carga, com apoio de mecânicos.