Manifestação clama por justiça no caso Camila Ferreira

Ato em frente ao Fórum de Guarapuava reuniu familiares, amigos e membros de movimento estudantil e de coletivo de feministas

Manifestantes se mobilizaram na manhã desta quinta-feira (18 fevereiro) em frente ao Fórum da Comarca de Guarapuava. Eles exigiam justiça para Camila Ferreira, morta a facadas em setembro de 2019 quando tinha 22 anos de idade.

No local, os participantes aguardavam o júri popular para o ex-companheiro de Camila, que está no banco dos réus acusado do crime.

A manifestação reuniu familiares da vítima, membros do movimento estudantil UJC e do Coletivo Feminista Cláudia da Silva. Durante o ato, os integrantes ecoaram gritos de ordem e levantaram cartazes simbolizando e pedindo o fim da violência e feminicídio contra as mulheres.

Para a estudante secundarista e militante do coletivo União da Juventude Comunista (UJC) e do do Movimento por uma Escola Popular (MEP), Marcella Renatha Crema (16 anos), a manifestação serviu como sinônimo de apoio à família e respeito à Camila. “Nós estamos presentes para pedir justiça pela vida das mulheres e por políticas públicas que possam oportunizar uma emancipação das mulheres em diversos âmbitos sociais. Isso também envolve uma sociabilização que vá contra os valores do patriarcado. Precisamos construir uma sociedade que dê melhores condições de vida”, comentou a adolescente.

Presente ao ato, a vereadora Prof. Terezinha avalia que o protesto tem importância, porque além de buscar por uma resolução do caso, demonstrou solidariedade à mãe da vítima. “Viemos pedir justiça por Camila, para que o assassinato seja julgado e a condenação seja feita. Dizemos basta à violência contra as mulheres, que mais nenhuma mulher venha a ter sua vida tirada pelo feminicídio, pelo machismo e pela violência dos homens”.

Já para Bruna Spitzner, que também é parlamentar municipal, as manifestações servem como um meio em que as vozes podem ser ouvidas, “A gente entende que esses atos agem para pedir justiça pela vida das mulheres e dizer um basta. Que os homens parem de achar que são donos da nossa vida, que eles compreendam que não ficará impune e que a sociedade entende que algo precisa ser feito”.

ENTENDA
Camila Ferreira (22 anos) foi vítima de feminicídio no dia 18 setembro de 2019, no distrito da Palmeirinha, em Guarapuava. A jovem estava grávida de três meses quando foi atingida por golpes de faca, às margens da PR 466. Depois da ação, o criminoso teria deixado o local.

Desde então, a família e pessoas que se solidarizaram com a causa vem pedindo por justiça e pela prisão do assassino.

Manifestantes se mobilizaram na manhã desta quinta-feira (18 fevereiro) em frente ao Fórum da Comarca de Guarapuava (Foto: Samilli Penteado/Correio)

APOIO
Para Eliane Gralak, membra do Coletivo Feminista Claudia da Silva, de Guarapuava, a manifestação tentou promover um amparo e auxílio à família enlutada. Segundo ela, “o ato serve mais como um apoio para a mãe, porque nós pedimos justiça, mas a mãe nunca mais terá a filha de volta. Estamos aqui para apoiar a Denilda e pedir para que não nos matem mais”, salientou a participante da manifestação.

FEMINICÍDIO
Feminicídio é o termo designado ao crime de ódio baseado no gênero, definido como o assassinato de mulheres que se encaixem no contexto de violência doméstica. Nesse sentido, a Lei de feminicídio, N 13.104/15, age em casos de homicídios cometidos contra essas vítimas. Sobre isso, Prof. Terezinha afirmou que “foi um feminicídio pelo simples fato de ela ser mulher e estar em um relacionamento em que o homem pensa que é o dono da vida da mulher”.

****************Reportagem/Foto: Samilli Penteado, especial para CORREIO

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