Pedágio precisa ter ‘preço justo’, avalia presidente do Sindicato Rural

Em entrevista concedida ao CORREIO, Rodolpho Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, coloca a realização das obras num curto espaço de tempo como prioridades dos novos contratos

As discussões sobre o novo modelo de concessão das rodovias federais do Paraná têm envolvido diversos setores da sociedade paranaense. Há pressa porque os contratos atuais terminaram em novembro de 2021.

Dessa forma, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), através da Frente Parlamentar sobre o Pedágio, tem realizado audiências públicas para ouvir as demandas locais de cada região do Estado. Na próxima quinta-feira (18 fevereiro), o encontro ocorrerá em Guarapuava, na sede do Sindicato Rural, a partir das 9h, de forma presencial e virtual.

Procurado pelo CORREIO, o presidente da entidade sindical, Rodolpho Werneck Botelho, afirma que o setor produtivo quer, principalmente, tarifas com preços justos.

“Não podemos falar em preço ‘barato’. Tem que ser justo. E que os investimentos no anel rodoviário sejam feitos no início da concessão. A gente precisa que algumas coisas sejam feitas em até três, quatro anos”, diz.

No seu ponto de vista, a região da famosa “terra do lobo bravo” demanda, além da duplicação da BR 277, melhorias na rodovia federal.

“É nosso elo com a capital, com os portos, com o Oeste do Paraná. Precisamos de duplicação, passarelas, trevos, nesse sentido de melhorar não só a estrada, mas a qualidade de vida e segurança da população”.

MODELO
De acordo com Rodolpho, a discussão sobre o modelo de concessão está mais madura do que nos anos de 1990, quando o primeiro contrato foi assinado. À época, o então governador Jaime Lerner assinou a privatização de 2,5 mil km de rodovias, numa concessão prevista para 24 anos – entre 1997 e 2021.

“Foi uma das primeiras privatizações de pedágio do Brasil. Pouca gente tinha conhecimento, o governo falhou, até mesmo as próprias entidades… e as concessionárias se calcaram extremamente bem nos contratos”, acredita Botelho.

DIÁLOGO
Na avaliação do presidente, as audiências públicas têm sido importantes para ouvir as demandas locais de cada região do Paraná. São fundamentais para levar a um entendimento sobre o processo de concessão do pedágio. “Eu acho que é uma maneira de trocar informações, mas principalmente escutar essas propostas”.

No momento, o projeto posto na mesa pelo governo federal prevê que mais 834 km de rodovias sejam pedagiadas e 15 novas praças, construídas; um contrato de 30 anos e um degrau tarifário – estimado em até 40% – após a entrega das duplicações, além do chamado “modelo híbrido”, como uma taxa de outorga.

Em nota publicada no começo de fevereiro, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, defende ideias semelhantes às de Botelho, com tarifas mais justas e realização de obras no curto prazo.

“Somos a favor de um modelo que seja justo a todos, sem criar mais cobranças para a sociedade e para o produtor ver seus ganhos, que já são muito apertados, diminuírem. O edital precisa estabelecer prazos curtos para duplicação nos principais trechos do Estado, nas saídas para os portos de Paranaguá e Santos e para o mercado interno, principalmente rodovias para a região Sudeste”, pontua.

No mesmo material, a Faep diz que é a favor do modelo que envolve apenas o menor preço, “em que a empresa que oferecer a tarifa de pedágio mais baixa ganha a concessão”.

Segundo Botelho, a região da famosa “terra do lobo bravo” demanda, além da duplicação da BR 277, melhorias na rodovia federal (Foto: Ilustrativa/Arquivo/Correio)

AUDIÊNCIA
Em Guarapuava, a Associação Comercial e Empresarial (Acig) informa que o encontro terá início às 9h da próxima quinta-feira (18), no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava.

Para os interessados em participar presencialmente, é necessária a confirmação antecipada pelo telefone (42) 3623-1115, por conta do número limitado de convidados em decorrência das regras sanitárias de prevenção à Covid-19.

Assim, a organização destaca que a participação da comunidade também poderá acontecer de modo remoto pelo aplicativo Zoom – ID da reunião: 959 4362 0492; e pelas redes sociais do Sindicato Rural (www.facebook.com/srgpuava), Acig (www.facebook.com/acigguarapuava) e Cacicopar (www.facebook.com/cacicopar).

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