De Graciliano Ramos a Jucá, uma seleção de livros para presente

Na próxima terça-feira (25), celebra-se o nascimento do menino Jesus. Tradicionalmente, a ocasião também é esperada para presentear as pessoas queridas. Uma boa opção é dar livros. Confira uma seleção diversificada

O Natal está aí. Na próxima terça-feira (25), celebra-se o nascimento do menino Jesus. Tradicionalmente, a ocasião também é esperada para presentear as pessoas queridas. Independentemente do valor de um produto, o importante é que ele significa algo.

Roupas, brinquedos, perfumes… geralmente, são os presentes mais comuns no Natal. E livros? Isso mesmo, aqueles objetos que reúnem histórias e estudos num volume impresso em páginas (ou e-book). Em meio à crise de livrarias e editoras, mais do que nunca é importante investir em obras de literatura ou ciências para presentear a pessoa querida.

Pensando num presente diferente, a equipe do CORREIO selecionou algumas opções de livros para indicar aos leitores deste jornal. Principalmente os lançamentos feitos ao longo de 2018.

JUCÁ

Neste ano, o bibliotecário e escritor Fabiano de Queiroz Jucá, radicado em Guarapuava, publicou seu segundo romance em papel: Tente outra vez. O livro é fruto de muita pesquisa e produção literária.

Feito de maneira independente, o romance apresenta um personagem-narrador (Solomon) que tem a sua vida revirada quando para em uma lanchonete de estrada, a poucos quilômetros de Irati (PR). De repente, a esposa e a filha do protagonista desaparecem, como se nunca tivessem existido.

Dali em diante, a narrativa se transforma numa saga de procura do narrador por sua família e de si mesmo.

RUBEM

Com mais de 90 anos de idade, o autor mineiro (mas praticamente carioca) Rubem Fonseca não dá mostras de que pretende se retirar da vida literária. Nos últimos anos, ele tem mantido seu ritmo constante de lançamentos.

A poucos meses do final de 2018, Zé Rubem, como é conhecido entre os amigos, lançou Carne Crua (Nova Fronteira, R$ 39,9), uma coletânea de 26 textos (entre contos e poemas) com aquilo que o consagrou na moderna literatura brasileira: narrativa curta e seca, cinismo, erudição, violência, erotismo e brutalidade.

Uma das características destacáveis em parte dos contos é o uso de certa digressão pernóstica, na falta de uma classificação melhor. Em momentos da narrativa, as personagens (quase sempre em 1ª pessoa) interrompem o ritmo de acontecimentos para esbanjar conhecimento sobre determinado assunto.

GRACILIANO

Escrita por Graciliano Ramos, a obra-prima Vidas Secas completou 80 anos de história em 2018. A história da família de Fabiano, sinhá Vitória, seus filhos (menino mais velho e menino mais novo) e a cachorra Baleia encantam gerações de leitores desde 1938, quando saiu a primeira edição do livro, em publicação histórica da editora José Olympio.

Não por sinal, a Record lançou um volume comemorativo neste ano, com capa dura, material extra, ilustrações e a reprodução do capítulo Baleia na versão anotada e corrigida pelo próprio Graça, como também era conhecido o autor.

É uma obra fundamental para qualquer amante da boa literatura.

MARCELO

A obra em quadrinhos Cumbe (R$ 54,90) ganhou uma segunda edição atualizada em 2018 pela editora Veneta.

Com roteiro e desenhos de Marcelo D’Salete, o material revisita o período colonial da escravidão no Brasil. São várias histórias protagonizadas por personagens negros, lutando pela liberdade e resistindo contra a violência nas senzalas.

A graphic novel de Marcelo D'Salete tem reconhecimento internacional. Em 2018, ganhou o Prêmio Eisner (espécie de Oscar dos quadrinhos) na categoria Melhor Edição Americana de Material Estrangeiro.

Fora da telinha desde o fim de seu programa de entrevistas, o comediante Jô Soares tem se dedicado ao teatro e às suas memórias, escritas em parceria com o jornalista Matinas Suzuki Jr.

O segundo volume do Livro do Jô: uma autobiografia desautorizada (Companhia das Letras, R$ 69,9) foi lançado há poucos meses. Desta vez, ele conta tudo que aconteceu desde 1969, quando lançou o seu primeiro one-man show, Todos amam um homem gordo, até chegar ao talk show que mudou o fim de noite dos brasileiros.

SAULO

Saulo Adami em dose dupla! O escritor catarinense radicado em Curitiba (e com visitas a Guarapuava) produziu em parceria dois livros da série TV Estronho (da editora Estronho) ao longo de 2018: Paladino do Oeste, feito com Paulo Telles; e O Vigilante Rodoviário, com Carlos Gomes.

A proposta da coleção é rememorar séries clássicas que deixaram saudade na telinha. No primeiro livro, o universo do western a partir do personagem vivido por Richard Boone entre 1957 e 1963.

E, em O Vigilante Rodoviário, Gomes e Adami retomam a primeira série de TV estrelada por um herói brasileiro filmada em película 35 milímetros. O audiovisual teve 38 episódios que transformaram o inspetor Carlos e seu cão Lobo em heróis das estradas.