Conquista do quarto título mundial do Brasil completa 30 anos hoje (17)

Naquele 17 de julho, um domingo, sob forte calor e sol norte-americano, a Seleção Brasileira comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira rompia o hiato e se tornava tetracampeã mundial de futebol

Era um hiato gigantesco de 24 anos sem um título mundial. Desde o tri de 1970 com a geração de Pelé, Tostão, Rivellino e companhia, verdadeiro “dream team”, o Brasil não levantava a cobiçada taça da Copa do Mundo de futebol.

Mesmo duramente contestado e criticado, o escrete do técnico Carlos Alberto Parreira se classificou à edição disputada nos Estados Unidos em 1994. Depois, chegou à final e faturou o caneco, para alívio e alegria de milhões de brasileiros. Os gritos de “É tetra! É tetra!” do narrador Galvão Bueno, na transmissão da TV Globo, marcaram uma época. Aliás, ele se esgoelou ao lado do convidado Pelé e do comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho.

Naquele 17 de julho, um domingo, sob forte calor e sol norte-americano, há exatos 30 anos, a Seleção Brasileira rompia o hiato e se tornava tetracampeã mundial. O time era formado pelo atacante Romário e mais dez. Em outras palavras, na formação com o 4-4-2, muito comum naquela Copa: Taffarel; Jorginho (Cafu aos 21 minutos), Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho (Viola); Bebeto e Romário.

O título veio de forma eletrizante, em jogo contra a Itália de Roberto Baggio e Franco Baresi, no Estádio Rose Bowl, em Pasadena (EUA). No tempo regulamentar, o placar não se alterou e a grande final teve que ser decidida nos pênaltis, com vitória do Brasil por 3 a 2.

Mais de 90 mil pessoas acompanharam a nova conquista da Seleção in loco. Para chegar até a decisão, o time, então dirigido por Parreira, passou primeiro por Rússia por 2 a 0. Depois, venceu Camarões por 3 a 0. Por fim, no Grupo B, empatou (1 a 1) com a Suécia.

Nas oitavas, enfrentou os anfitriões, Estados Unidos, e o Brasil venceu por 1 a 0. Classificou-se assim para as quartas, fase em que teve um embate épico, numa das partidas mais bem disputadas pela Seleção em histórias de Copas do Mundo: a vitória por 3 a 2 foi consolidada com um gol de falta de Branco, da intermediária.

Na semifinal, houve o reencontro com a Suécia, dessa vez sem empate, graças a um gol de cabeça de Romário, de 1m67. Restaria então a Itália para a definição do campeão. O Brasil teve mais volume de jogo e desperdiçou várias oportunidades. Mas o 0 a 0 prevaleceu, até mesmo na prorrogação, o que provocou a disputa nos pênaltis.

JORNAIS
Como era esperado, os jornais da época deram a manchete no dia seguinte, 18 de julho, segunda-feira, com o título do Brasil. Por exemplo, O Estado de S.Paulo cravou “Brasil é tetracampeão!”, com direito a ponto de exclamação, como se soltando um grito entalado há 24 anos. Aliás, o texto da chamada dizia que a “seleção se vingou da desclassificação de 82 com a Itália e foi à desforra nos pênaltis”. Uma foto de lance na partida entre brasileiros e italianos ilustrava a Primeira Página do Estadão.

Já a Folha de S.Paulo manchetou, em letras garrafais, o título com exclamação “Brasil é tetra!”, seguido da linha fina “Seleção bate Itália na primeira decisão de Copa por pênaltis”. A foto utilizada foi do capitão Dunga segurando a taça. Curiosamente, ele havia sido duramente ridicularizado em 1990 sob a pecha “Era Dunga”, como sinônimo de futebol ruim e decadente para aquele time de Sebastião Lazaroni. Era a sua desforra pessoal.

E o jornal carioca O Globo preferiu uma capa simples e direta: “Tetra”, com três fotos da decisão por penalidades máximas. Em destaque, o goleiro Taffarel, que ficou famoso naquela edição como “pegador de pênaltis”.

Capa do jornal O Estado de S.Paulo de 18 de julho de 1994 (Foto: Reprodução/Acervo/Estadão)

ELENCO
Confira a lista dos jogadores que fizeram parte da campanha do tetra nos Estados Unidos:

  • Goleiros:
    Taffarel – Reggina (ITA)
    Zetti – São Paulo
    Gilmar – Flamengo
  • Defensores:
    Jorginho – Bayern de Munique (ALE)
    Cafu – São Paulo
    Aldair – Roma (ITA)
    Márcio Santos – Bordeaux (FRA)
    Ricardo Rocha – Vasco da Gama
    Ronaldão – Shimizu S Pulse (JAP)
    Branco – Fluminense
    Leonardo – São Paulo;
  • Meias:
    Mauro Silva – Deportivo La Coruña (ESP)
    Dunga – Stuttgart (ALE)
    Raí – PSG (FRA)
    Mazinho – Palmeiras
    Paulo Sérgio – Bayer Leverkusen (ALE);
  • Atacantes:
    Bebeto – Deportivo La Coruña (ESP)
    Romário – Barcelona (ESP)
    Müller – São Paulo
    Viola – Corinthians
    Ronaldo – Cruzeiro
    Zinho – Palmeiras.