‘Parker’ é adaptação em quadrinhos de série literária de Richard Stark

No primeiro número, “O Caçador” (2015), o protagonista acerta as contas com todos aqueles que o traíram e recupera o dinheiro que lhe foi tomado. E ele faz isso da maneira mais implacável possível, sem dó ou piedade

Com sangue nos olhos, Parker está em busca de sua vingança. Afinal, ele foi traído por sua garota, perdeu tudo e quase morreu.

Baseada numa série literária escrita por Richard Stark (o pseudônimo mais conhecido de Donald Westlake), “Parker” é uma obra em quadrinhos de Darwyn Cooke (1962-2016) publicada em quatro volumes no Brasil pela editora Devir.

No primeiro número, “O Caçador” (2015), o protagonista acerta as contas com todos aqueles que o traíram e recupera o dinheiro que lhe foi tomado. E ele faz isso da maneira mais implacável possível, sem dó ou piedade. Mas, claro, de maneira estratégica. A graphic novel ganhou o prêmio Eisner.

O traço limpo e elegante de Cooke dá toda a dinamicidade, em passagens ora sem balões de fala, ora com uso de textos literários.

Com uma estética retrô que resgata os saudosos anos 1960, Cooke transformou os romances originais numa série de graphic novels formidáveis, fazendo de Parker muito mais do que apenas outro anti-herói nos quadrinhos. Sua visão mostra um personagem que veio das camadas mais baixas da selva urbana, mas está no topo de sua cadeia alimentar, trazendo sempre a morte nos olhos e a certeza de que eliminará qualquer um que cruzar seu caminho.

Já no segundo volume, “A Organização” (2016), Parker está bem de vida, morando nos melhores hotéis e desfrutando novamente do bom e do melhor. Isto é, até o momento em que ele é avistado por um dedo-duro miserável que o entrega à Organização em troca da recompensa pela sua cabeça… só que eles descobrem tarde demais que se você pisar no calo de Parker, é melhor pisoteá-lo até a morte.

Na aventura seguinte, “O Golpe” (2017), o personagem-título está numa vertiginosa viagem através da América. Parker consegue reunir uma dúzia dos seus melhores parceiros no crime para tentar aplicar o que pode ser o maior golpe de todos os tempos: roubar uma cidade inteira.

E, em “Jogo Mortal” (2019), Parker é colocado à prova contra policiais corruptos e gângsteres sórdidos depois que um assalto dá errado. Ele se vê encurralado em um parque de diversões fechado durante o inverno e é envolvido em uma perigosa disputa de gato e rato. E mais: no conto “O sétimo”, Parker retorna para um ajuste de contas.

Detalhe da capa da edição brasileira, com Parker (Foto: Reprodução)

CINEMA
No cinema, Parker ganhou em 2013 uma adaptação homônima estrelada pelo astro dos filmes de ação Jason Statham e dirigida por Taylor Hackford. O elenco também trouxe Jennifer Lopez, Michael Chiklis e Nick Nolte. Anteriormente, houve duas outras adaptações para as telonas, mas, a pedido do criador da série original de livros, nenhuma pôde usar o nome “Parker”.

A primeira delas foi o violentíssimo “À Queima-Roupa” (“Point Blank”, 1967), dirigida por John Boorman e estrelada por Lee Marvin (no papel de Walker, em vez de Parker), Angie Dickinson e John Vernon. A segunda foi “O Troco” (“Payback”, 1999), dirigida por Brian Helgeland e estrelada por Mel Gibson (como Porter, e não Parker), Maria Bello, Lucy Liu, James Coburn e Kris Kristofferson, entre outros.

AUTOR
Darwyn Cooke era um designer gráfico e animador. Vencedor de múltiplos prêmios Eisner, já trabalhou em títulos como “DC: A Nova Fronteira” e “Selina’s Big Score” (publicada no Brasil no encadernado “Mulher-Gato: Um Crime Perfeito”).

Em 2008, Cooke foi indicado ao Emmy Award pela adaptação em desenho animado da sua obra-prima, “A Nova Fronteira”.

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