‘O cinema nunca vai acabar’, diz cineasta Calixto Hakim

Tendo no currículo obras como “Santo Forte” e “Bois, Raposas & Crocodilos”, Hakim acredita que as salas de cinema abrigarão filmes grandes e artísticos, suprindo uma demanda do público que sempre vai gostar da experiência cinematográfica

A pandemia da Covid-19 impôs dificuldades diversas à produção audiovisual do Brasil e do mundo. Novelas tiveram suas gravações interrompidas, filmes grandiosos foram lançados diretamente no streaming – pelo fechamento das salas de cinema – e, claro, projetos acabaram não saindo do papel pela insegurança econômica.

Passado pouco mais de um ano desde que o novo coronavírus passou a fazer parte da realidade do brasileiro, as salas de cinema começaram a experimentar uma reabertura. Em Guarapuava, por exemplo, isso ocorreu no final do mês passado.

Mesmo em meio a esse cenário incerto, o cineasta curitibano Calixto Hakim, que já produziu comerciais, séries para TV, docudramas e filmes, é categórico ao afirmar que o cinema nunca vai acabar. Deve, claro, sofrer mudanças, mas vai permanecer sendo uma experiência para as pessoas que gostam de sentar na poltrona e contemplar a telona.

“É uma experiência. Você assistir streaming, ali na sua TV, é uma coisa caseira, com a sua família. Agora, o cinema vai ficar com os filmes grandes, ou bem arte. Vai ter menos, as salas não vão ser tão grandiosas, mas acho que acabar, não. Mas vai mudar o cenário”, opina.

Inclusive, entre os problemas causados pela pandemia ao setor, Hakim cita a parada geral pelo fechamento das salas e o receio de realizar novos investimentos, pela incerteza do momento. “Todo mundo segurou o orçamento. Deu uma parada geral na produção”, lembrando que muitos longas foram direto para o streaming.

PANDEMIA
De olho no futuro, o cineasta diz que pretende escrever uma produção que se passa na pandemia. Algo como um drama de romance, com relacionamentos que começaram neste contexto e que têm a crise sanitária como pano de fundo. “Eu gosto muito de histórias que se entrelaçam. É uma história sobre pessoas”, resume.

Também está em pauta a série “Entrelonges”, prevista para ser rodada no segundo semestre de 2021, em que Hakim é diretor artístico.

E, por fim, além de projetos em Realidade Virtual (VR), Calixto tem um curta-metragem “praticamente pronto para ser rodado” chamado “Shabat de Carnaval”, que deve ficar para a segunda metade de 2021. “Foi pensado para ser feito na pandemia porque são poucas locações, pouco elenco, e é mais no diálogo”.

De olho no futuro, o cineasta diz que pretende escrever uma produção que se passa na pandemia (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

PRODUÇÃO
O curitibano tem formação em Cinema pela Art Center College of Design, em Pasadena, na Califórnia, e iniciou sua carreira na área da publicidade, dirigindo comerciais para marcas brasileiras.

Na TV, seus primeiros passos foram em “Avassaladoras”, em que escreveu o roteiro de um episódio. Na RPC, fez o quadro de humor “Louco de Bom” e a minissérie “3 Feras e Uma Bela”. Para a AXN, escreveu e dirigiu três episódios da série “Santo Forte”, cujo piloto havia escrito em 2005.

No cinema, além de curtas-metragens, produziu o docudrama ”Suíços Brasileiros – Uma História Esquecida”, documentários sobre cidades históricas do Brasil e, mais recentemente, o longa “Bois, Raposas & Crocodilos”. Agora, está com o piloto da série “Querida Rosália”.

Calixto também está coescrevendo o livro “Fora da Sombra”, do autor Juliano Vieira de Araújo. “É uma mistura de ‘Blade Runner’, ‘Coração Satânico’ e ‘Star Wars’, com ensinamentos de Jesus dentro. É um livro que tem a mensagem religiosa, mas não é de nenhuma igreja específica, e voltado para o futuro. É um cinema, quase, um roteiro com essas mensagens”.

Confira o trailer do filme “Bois, Raposas & Crocodilos”:

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