Editoras registraram recuo de 5,1% no faturamento em 2023, diz pesquisa

Em 2023, o setor editorial brasileiro produziu 45 mil títulos e 320 milhões de exemplares. A pesquisa apontou ainda um aumento nominal de 7,9% do preço médio do livro. Em termos reais a variação é de 3,2%

Com faturamento de R$ 4 bilhões nas vendas ao mercado, as editoras registraram decréscimo nominal de 0,8% em 2023. Isto significa que o setor teve um recuo no faturamento de 5,1% em termos reais, considerada a variação do IPCA de 4,62%, na comparação com 2022.

Os números estão na pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), com apuração da Nielsen BookData.

O número de exemplares vendidos ao mercado apresentou redução de 8% no período. A pesquisa considera o desempenho do mercado em 2023, dividido em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais).

Em 2023, o setor editorial brasileiro produziu 45 mil títulos e 320 milhões de exemplares. A pesquisa apontou ainda um aumento nominal de 7,9% do preço médio do livro. Em termos reais a variação é de 3,2%.

SUBSETORES
Nas vendas ao mercado, o subsetor de Obras Gerais registrou um recuo nominal de 2,5%, e de 6,8% quando considerada a inflação. O de CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais), a queda nominal foi ainda mais significativa, com variação negativa de 5,9% e de 10,1% em termos reais.

Já os subsetores de Didáticos e Religiosos apresentaram desempenho nominal positivo nas vendas ao mercado, com crescimento de 1,2% e 4,5% respectivamente. Porém, apesar do crescimento nominal, houve queda real de 3,3% no subsetor de didáticos e uma ligeira retração de 0,1%, empatando com a inflação no subsetor de religiosos.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
O canal de livrarias exclusivamente virtuais manteve a liderança no ranking de participação no faturamento das editoras, representaram 32,5% do faturamento no ano, enquanto os sites próprios e marketplaces ganharam destaque, aparecendo pela primeira vez entre os cinco principais canais com grau importante no faturamento das editoras de todos os subsetores, com maior importância em didáticos e CTP.

LIVROS DIGITAIS
A “Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro”, outra parceria entre a CBL e Snel, com apuração da Nielsen BookData, tem pela quinta vez nesta edição o relatório do segmento divulgado, apresentado desde 2020. O faturamento das editoras com conteúdo digital apresentou alta nominal de 39% em 2023, com um crescimento real de 33%.

O crescimento foi impulsionado pelo desempenho de plataformas educacionais e bibliotecas virtuais, que registraram altas nominais de 68% e 59%, respectivamente. Nos últimos cinco anos, o faturamento com conteúdo digital cresceu 158% em termos reais​​. Em 2023, os conteúdos digitais corresponderam a 8% no faturamento das editoras (impresso + digital), isso significa um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Na categoria À La Carte, ou seja, quando há a comercialização de uma unidade inteira de e-book ou audiobook, a evolução do faturamento das editoras apresentou crescimento real de 18%. No caso dos e-books, o faturamento cresceu 17% em termos reais.

***Com informações do Snel