Safra de inverno deve ter aumento de área, mas produtor precisa manter planejamento

Em entrevista ao CORREIO, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Werneck Botelho, afirma que o agricultor deve ficar de olho no aumento do custo de produção

Com o avanço da colheita das chamadas culturas de verão – sobretudo soja e milho -, a atenção do produtor rural se volta à safra de inverno. E, conforme o Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), a tendência é que a produtividade seja positiva.

Procurado pelo CORREIO, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Werneck Botelho, pontua que deve ocorrer um aumento na área das culturas de trigo e cevada – na casa de 10% e 5%, respectivamente, na região.

Aliado a isso, o agricultor está diante de dois cenários distintos: um favorável, no que diz respeito aos valores praticados, e outro de alerta, com a elevação do custo de produção devido ao preço de defensivos agrícolas, fertilizantes e sementes.

“O produtor que sempre plantou trigo, provavelmente vai continuar com o trigo, até quem sabe aumentando um pouco. E alguns produtores que não plantavam, vão entrar para tentar aproveitar essa margem, que pode ser interessante”, afirma.

NOVIDADE
Na avaliação de Botelho, o plantio do triticale também pode ter um desempenho interessante, com aumento na área de produção na região.

“O produtor deve aumentar um pouco a área, justamente porque o triticale pode substituir o milho na ração, então tem um mercado interessante para o segundo semestre, em função da quebra da produção de milho”, projeta.

Em linhas gerais, as perspectivas dos agricultores para esta safra, segundo Rodolpho, são boas, mas há preocupação com o aumento do custo de produção e as condições climáticas.

PROBLEMAS
Apesar do avanço na colheita de soja e milho, a falta de chuvas e a redução das reservas hídricas podem afetar as culturas que ainda estão no campo, como o feijão, o trigo mourisco e até mesmo as primeiras lavouras e pastagens de inverno.

“Essa estiagem tem prejudicado bastante a safra de feijão que está no campo, e também as pastagens, coberturas e culturas de inverno. Há dificuldades de germinação, problemas de crescimento em função da falta de umidade, e até um aumento nos ataques de pragas”, diz.

PARANÁ
As primeiras estimativas para a produção de cevada no Paraná apontam para 303,6 mil toneladas, volume que supera em 12% o resultado da safra passada. A área esperada é de 66 mil hectares, 3% superior à da safra 19/20.

Já a projeção inicial do Deral para a cultura do trigo indica produção de 3,8 milhões de toneladas em condições climáticas ideais, volume 21% maior do que na safra 19/20, em uma área de 1,14 milhão de hectares, 2% superior.

*************Com informações da ANPr

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