Preços da soja recuam para patamares de 2020

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado à desvalorização externa, ao recuo nos prêmios de exportação da oleaginosa no Brasil e à menor demanda internacional, sobretudo da China

Em queda neste início de 2024, os preços da soja voltaram aos patamares observados em 2020. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), esse cenário está atrelado à desvalorização externa, ao recuo nos prêmios de exportação da oleaginosa no Brasil e à menor demanda internacional, sobretudo da China. 

Além disso, a pressão também vem de estimativas indicando aumento na produção da América do Sul na safra 2023/24, embora esses dados contrariem a expectativa de muitos agentes, que acreditam em expressiva redução na oferta, tendo em vista os impactos do clima desfavorável sobre as lavouras brasileiras.

Já as cotações do milho caíram nos últimos dias, pressionadas pelo avanço da colheita da safra verão e sobretudo pela menor demanda.  Além disso, a desvalorização externa reduziu a paridade de exportação, reforçando as quedas dos preços domésticos. 

Segundo pesquisadores do Cepea, compradores esperam que a entrada da safra de verão limite novas altas, enquanto muitos vendedores acreditam em recuperação nos próximos meses – de fato, os contratos negociados na B3 apontam valores médios próximos de R$ 70/saca de 60 kg para o segundo semestre. 

Vale lembrar que a produção brasileira deve ser menor na atual temporada, tendo em vista as adversidades climáticas enfrentadas durante a safra verão e a perspectiva de redução na área semeada em 2023/24. No entanto, voltou a chover em parte das regiões, gerando expectativas de certa recuperação nas condições das lavouras

OVOS

Os preços dos ovos vêm caindo neste início de 2024, para os menores níveis desde janeiro de 2022. Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de baixa é resultado da maior oferta do produto no mercado doméstico e do enfraquecimento das vendas. 

Quanto às exportações, os embarques brasileiros de ovos (incluindo produtos in natura e processados) somaram 25,4 mil toneladas no ano passado, quantidade quase 3 vezes maior que o total escoado em 2022 e a mais alta em 11 anos, segundo dados da Secex. 

Esse aumento das vendas externas é reflexo principalmente dos casos de Influenza Aviária que atingiram plantéis comerciais de diversos países, fazendo com que parte da demanda internacional fosse redirecionada para o Brasil.

Assessoria/Cepea