Lavouras de trigo e cevada pioraram com excesso de chuvas em outubro, na região de Guarapuava

Balanço é do Boletim Semanal, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral)

Conhecida pelos campos de cevada e trigo, a região de Guarapuava registrou o volume de chuvas de 585 mm no mês passado, 46% maior que em outubro de 2022.

Não por sinal, as condições das lavouras do trigo pioraram, conforme o Boletim Semanal do Departamento de Economia Rural (Deral). Atualmente apenas 42% das áreas são classificadas como boas, ante 65% na semana anterior. A maior parte dessas foi reclassificada como média, que passaram a representar 44% das áreas (ante 30%) e as classificadas como ruins chegaram a 14% (5% na semana anterior).

Segundo o Boletim do Deral, que é um braço da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), esses números põem em xeque os dados recém-divulgados de 3,86 milhões de toneladas. Esse número de outubro mostrava uma retração de aproximadamente 780 mil toneladas em relação ao potencial, porém a maior parte da queda era referente a doenças que atingiram a cultura nas regiões que não estão sofrendo com o excesso de chuvas e que já haviam finalizado a colheita do cereal.

“Sendo assim, devemos observar futuramente novas retrações de produção, aumentando os prejuízos que já somavam aproximadamente 671 milhões de reais, considerando o potencial paranaense e os preços antes da intensificação das chuvas. Além desse potencial perdido, serão somados a esses prejuízos os descontos financeiros referentes à perda de qualidade”, diz o documento.

A colheita do produto avançou de 84% para 89%, porém o produto obtido foi de péssima qualidade, de forma geral. As próximas áreas a serem colhidas não devem apresentar situação diferente dessa, visto a continuidade dos dias de chuva e sem sol previstos.

CEVADA
Em relação à cevada, conforme o Boletim Semanal, as perdas verificadas no levantamento de outubro têm um peso maior das chuvas. A estimativa do Deral é de prejuízo na casa de 47 milhões de reais.

“As perdas por qualidade não estão contabilizadas nesse montante, sendo os parâmetros da cevada para malte ainda mais restritivos que os de trigo para o uso na alimentação humana. A piora nas condições das lavouras nesta semana também indicam que o prejuízo deve aumentar, tanto em função do recuo da produtividade, quanto em função da qualidade do produto”.