Com soja recorde, safra de grãos 2022/23 no Paraná pode chegar a 47,12 milhões de toneladas

Entre os destaques neste mês, os dados atualizados do Deral confirmam que a produção de soja será recorde: espera-se que sejam produzidas 22,37 milhões de toneladas em 5,76 milhões de hectares

A produção da safra 2022/2023 no Paraná pode atingir 47,12 milhões de toneladas em uma área de 10,84 milhões de hectares, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os dados estão na Previsão Subjetiva de Safra, divulgada na quinta-feira (27).

Entre os destaques neste mês, os dados atualizados do Deral confirmam que a produção de soja será recorde: espera-se que sejam produzidas 22,37 milhões de toneladas em 5,76 milhões de hectares. Esse volume é 83% superior às 12,19 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2021/2022, em uma área 2% maior.

Somadas, a primeira e a segunda safras de milho podem render 18,2 milhões de toneladas do Paraná, o que atesta a participação do Estado de 15% no total da safra brasileira do grão, de 124,9 milhões de toneladas, segundo a estimativa para a safra 2022/2023. De acordo com os técnicos, as lavouras apresentam bom desenvolvimento. 

Quanto ao feijão, a primeira safra deve resultar em 197,6 mil toneladas, 1% a mais do que no ciclo anterior, ainda que a área tenha sofrido redução de 17%, caindo de 139,3 mil hectares na safra 2021/2022 para 115 mil hectares na safra atual. A estimativa para a segunda safra indica a produção de 592 mil toneladas, 5% superior à do ciclo passado (561,5 mil), em uma área de 296,9 mil hectares, 12% menor (338 mil).

Segundo o chefe do Deral, Marcelo Garrido, os números indicam uma boa safra para o Paraná. “Os produtores contaram com condições climáticas mais favoráveis do que na safra passada, o que possibilitou melhores resultados em termos de produtividade”, diz. 

SOJA

O relatório aponta que o Paraná produzirá 22,37 milhões de toneladas de soja, um ajuste positivo de pouco mais de 190 mil toneladas comparativamente aos dados de março. Assim, confirma-se a maior safra de soja da história no Estado. Este volume representa 15% da safra nacional, estimada em 153 milhões de toneladas, e um aumento de 83% comparativamente à safra 2021/2022, quando foram produzidas 12,19 milhões de toneladas.

A área prevista é de 5,76 milhões de hectares, 2% maior do que a da safra anterior. Os preços praticados nos últimos dias, de R$ 125,00 pela saca de 60 kg, em média, são 15% menores do que os registrados em março, e 30% menores comparativamente ao mesmo período de 2022, segundo o analista Edmar Gervásio. 

MILHO

Nesta semana, 87% da área estimada em 385,8 mil hectares a primeira safra de milho foi colhida, e os trabalhos devem se encerrar nos próximos dias. Embora a área seja 9% menor do que a plantada no ciclo 2021/2022 (426,2 mil hectares), a produção esperada é 28% maior, passando de 2,96 milhões de toneladas para 3,79 milhões de toneladas neste ciclo.

Já a segunda safra pode gerar 14,42 milhões de toneladas em uma área de 2,46 milhões de hectares. Se confirmada, a produção será 8% maior do que a da safra 2021/2022, em uma área 9% menor.

Segundo o analista do Deral, Edmar Gervásio, os preços pagos ao produtor têm registrado queda. Na última semana, a saca de 60 kg de milho foi comercializada por R$ 57,00, em média. Esse valor é aproximadamente 18% inferior ao recebido no mês passado, e 28% menor quando comparado ao mesmo período de 2022. “Essas alterações podem ser explicadas pela queda do preço no mercado externo e pela ampla oferta do cereal”, diz. 

FEIJÃO

As estimativas para a primeira safra de feijão sinalizam um volume de 197, 6 mil toneladas em 115 mil hectares. A produção é semelhante à obtida na safra 2021/2022, em uma área 17% menor.

A segunda safra ocupa uma área de 296 mil hectares no Paraná, e 2% das lavouras estão colhidas. Estima-se que sejam produzidas 592 mil toneladas. Esses números representam uma redução de 12% na área e um aumento de 5% na produção em relação ao volume colhido no ano passado.

Até o momento, as condições climáticas estão favoráveis. O último levantamento de campo indica que 90% da área está em boas condições e 10% em condições médias. “No entanto, os produtores ainda estão apreensivos com a questão do clima, uma vez que a maioria das lavouras ainda está passando por fases suscetíveis, principalmente em relação às geadas”, explica o economista do Deral Methodio Groxko.

Com o fim da entressafra e o início da nova produção, o mercado começou a apresentar sinais de baixa nos preços. Na última semana, os produtores receberam em média R$ 360,00 por saca de 60 kg de feijão tipo cores, uma redução de 6% em relação ao período anterior, e R$ 260,00 por saca de 60 kg de feijão tipo preto, com uma queda de 1% em relação à semana anterior. Comparativamente ao mesmo período do ano passado, no entanto, os valores representam aumento de 14% e 5%, respectivamente.

Deixe um comentário