Policial que mais escreveu livros de ficção no Paraná, Denis Santos lança dois novos livros

As novas obras são “A Assombração do Capitão Fonseca” e “Tiroteio no baile do Cerro Verde”. As histórias são ambientadas em Guarapuava e Campina do Simão, respectivamente

Conhecido como o “policial que mais escreveu livros de ficção no Paraná”, o cabo da Polícia Militar Denis Santos é autor de mais de 40 publicações.

Agora, em 2023, mais dois lançamentos de sua lavra engrossam os números. Inclusive, o autor já possui pelo menos 12 obras impressas e sempre está trazendo detalhes de Guarapuava nas histórias.

Além de escritor, Denis é cabo da Polícia Militar do Paraná (PMPR) há 23 anos, mora em Guarapuava, mas atualmente está como comandante da unidade de Campina do Simão. Em visita ao CORREIO para falar sobre as obras, o militar comentou sobre a atuação na literatura. “Eu escrevo bastante, sempre com a intenção de estar fomentando a leitura e os livros são sempre uma mescla de terror, relações humanas, política, religião, ação”, disse.

Os dois novos livros seguem a temática dos anteriores. Um deles é “A Assombração do Capitão Fonseca”, que se passa em uma casa da rua Saldanha Marinho, em Guarapuava, onde coisas estranhas acontecem e, por isso, a irmã do dono do imóvel, uma corretora, tem dificuldades em vendê-la. “Ela tem desconfiança de que a casa é assombrada e no meio disso acontecem algumas mortes ali e só no final que o leitor vai saber o porquê aconteceu aqui lá, através de um padre. É ficção, um livro mesclado de terror e ação”, descreveu Denis.

Outro título lançado é “Tiroteio no baile do Cerro Verde” e traz elementos da cidade de Campina do Simão, local onde o policial trabalha atualmente. Na história, uma pessoa perde a vida durante um momento de festa. No livro, o escritor destaca a obra como “uma novela que entremeia a baixeza moral da condição humana com uma lição de vida para jovens e adultos” e que se trata de uma “narrativa ora, triste, ora divertida”.

COTIDIANO
Um ponto marcante das publicações de Denis Santos é o apreço pela descrição e uso de lugares e nomes que são comuns no dia a dia de seus leitores. Em obras anteriores, o PM utilizou a rua Guaíra e a avenida Manoel Ribas, por exemplo. Segundo ele, é uma forma de fazer o leitor se sentir identificado.

“Jorge Amado sempre escrevia sobre a Bahia, Erico Verissimo sobre a região dele, no Rio Grande do Sul, e eu penso que o leitor, além de estar lendo o livro com uma imagem daquilo que ele realmente vê aqui na nossa região, é um meio de falar do lugar que você vive, da literatura de Guarapuava, que existem bons escritores aqui”, afirmou, revelando que já está pensando em novas histórias e que uma delas deve se passar no recente bairro Cidade dos Lagos.

Todo o processo criação e manufatura de um livro é feito por Denis, da história à capa (Foto: Redação/Correio)

PRODUÇÃO
Apesar de não ter publicado tudo que já escreveu e hoje acreditar que os materiais precisam ser atualizados, Denis Santos credencia muito a eles sua evolução como escritor. “Eu não me arrependo dos livros, você não perde aquilo que escreve, a escrita sempre é um aprendizado. Por mais que eu ache que eles não tenham muito significado nos dias de hoje, eu acho que me ajudou bastante”, comentou.

Denis destacou ainda como é seu processo de produção. Como também atua como policial militar, ele precisa dividir o tempo entre as ocorrências e os livros. Mas, segundo ele, há um planejamento quando se decide criar mais histórias. “Todo dia a gente quer trabalhar em um capítulo. Eu sou assim, quando eu começo o livro, eu procuro todo dia terminar um capítulo. Por exemplo, sobre um acidente de trânsito. Eu vou ali fazer aquele capítulo do acidente e eu tenho que terminar aquela cena. Esse pensamento eu quero começar e terminar ele. Quando eu mentalizo que não vou ter nada para fazer, eu já vou me dedicar àquilo. Entre 10 e 14 dias, trabalhando mais ou menos uma hora por capítulo”, explica.

PROCESSO
Todo o processo criação e manufatura de um livro é feito por Denis, da história à capa. A impressão também sai do próprio bolso. “Eu termino meu livro, mando para lá [gráfica] já com a diagramação, capa feita e eles me retornam, não custa muito. Mas são no mínimo 60 páginas que o livro tem que ter e no mínimo quatro exemplares”.

As vendas ocorrem de duas formas, através do site Poema do Lago (https://poemasdolago.blogspot.com/), onde o leitor tem acesso aos contatos do escritor ou pessoalmente com o cabo Denis Santos.

“Hoje, eu vendo muito mais na rua, mas o poeta, escritor, tem que ter alguma coisa na internet”, frisou. Para adquirir um exemplar dos dois livros entre em contato pelo telefone (42) 9 8426-4979.

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