Editoras independentes no Brasil têm catálogo diversificado de quadrinhos

Existe um leque considerável na produção feita em países da Europa e da América Latina. Ultimamente, as editoras independentes brasileiras têm conseguido trazer esse material diversificado para lançamentos em português. Além, claro, do produto nacional

Fumetti, gibi, banda desenhada (BD), historietas… há várias formas de chamar os quadrinhos, variando conforme a nação. O universo da Nona Arte não se limita somente a Marvel, DC, enfim, os comics dos Estados Unidos.

Existe um leque considerável na produção feita em países da Europa e da América Latina. Ultimamente, as editoras independentes brasileiras têm conseguido trazer esse material diversificado para lançamentos em português. Além, claro, do produto nacional.

Uma delas é a Faria e Silva (https://fariaesilva.com.br/hqueria/), criada em 2020 por Rodrigo Faria e Silva, ex-diretor da Editora Sesi SP. A nova casa já lançou obras de autores como o brasileiro Eloar Guazzelli (“Porto Alegre”) e o belga Zidrou (“Naturezas mortas”).

Ao final de 2021, a Faria e Silva lançou “A mundana”, mais uma parceria de Zidrou e Jordi Lefebre. É uma novela gráfica ambientada na Paris dos anos 1940 durante a ocupação nazista. Numa delegacia de polícia assistimos a vida comum dos crimes e pecados que, sob bombardeios e opressão política, insistem em continuar acontecendo na cidade Luz.

Publicação da Faria e Silva (Imagem: Reprodução)

Outra editora nova no mercado é a Brasa (www.brasaeditora.com.br/), cujo debute se deu com um autor nacional. Trata-se de Gidalti Jr., que ganhou projeção com a premiada HQ “Castanha do Pará” (Jabuti de 2017). Agora, ele veio com “Brega Story” em 2021. É um quadrinho ambientado nos bastidores do universo da cena da música brega de Belém do Pará.

Ao longo de 320 páginas, acompanha a trajetória de Wanderson Jr., músico que, embora carregue o título de Rei do Brega, tem que se virar para manter a coroa. Ele quer fama a todo custo, não importa quem esteja em sua frente. Além de lutar para adaptar-se às mudanças trazidas pelo tempo, ele tem que negociar com os políticos regionais, com DJs de aparelhagens e com outros músicos para levar adiante seu grande plano de ser uma grande estrela nacional e, quem sabe, internacional.

A Brasa também publicou “Lovistori”, gibi produzido por Lobo (roteiro) e Alcimar Frazão (desenhos). Tem sido sucesso de crítica na mídia especializada em quadrinhos.

FIGURA
Dedicada à imagem, a Figura (www.figuraeditora.com/perramus) formou ao longo dos últimos anos um acervo de respeito, com grandes autores europeus e latino-americanos: Alberto Breccia, Juan Sasturain, Enrique Sánchez Abulí, Jordi Bernet, Sergio Toppi, Ernesto Sabato, Héctor Oesterheld, Hugo Pratt, Flavio Colin.

O lançamento mais recente é “Perramus”, de dezembro de 2021. Atormentado pela culpa de abandonar à morte os seus companheiros de luta contra a ditadura d’os marechais, um homem só quer o esquecimento. E nessa mesma noite trágica, em um bordel chamado “O Aleph”, ele tem seu desejo realizado. Agora, sem nome ou passado e condenado a ser o que faz, ele adotará a marca do casaco que veste como sua nova identidade: Perramus, e num golpe do destino, voltará à luta contra o regime opressor. Acompanhe sua jornada – ao lado de seus companheiros canelones e o inimigo, guiados por ninguém menos que o escritor Jorge Luis Borges – nessa intrincada trama concebida pelo premiado escritor Juan Sasturain e o grande mestre dos quadrinhos Alberto Breccia.

Tendo como sócios o escritor Ferréz (autor de “Capão pecado”) e o youtuber Thiago Ferreira, a Comix Zone (www.instagram.com/canalcomixzone/), que é derivada de um canal no YouTube, vem despertando grande interesse dos leitores. A novidade em 2022 é “Cidade”, graphic novel de ficção científica escrita por Ricardo Barreiro e desenhada por Juan Giménez, ambos argentinos.

Sinopse: certa noite, voltando para casa depois de mais uma discussão com sua namorada, Jean se encontra em uma área desconhecida do seu bairro. As ruas estão desertas e a paisagem, totalmente devastada. Não tardará a perceber que se encontra em um lugar que nada tem a ver com a sua cidade. Ele acabou em uma monstruosa metrópole habitada por “náufragos”, homens e mulheres que se perderam em algum lugar do mundo e reapareceram nesse labirinto urbano sem nome, sem lógica e sem regras.

Página de “Cidade”, graphic novel em fase de pré-venda (Imagem: Divulgação)
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