Valor da Cesta Básica de Guarapuava bate recorde em agosto

Os produtos da CBAG que apresentaram as maiores altas em Guarapuava, em agosto/2021, foram: açúcar (+18,73%), seguido do arroz que voltou a subir (+17,67%), derivados do leite (média +7,97%), carne bovina (+7,81%), óleo de soja (+6,49%), feijão (+6,25%), café (+5,10%) e outros

A chamada Cesta Básica de Alimentos de Guarapuava (CBAG) bateu recorde em agosto de 2021. Totalizando R$ 536,26, é o preço mais caro desde que teve início a pesquisa em 1998. Ou seja, 24 anos. Esse montante superou o maior valor que tinha sido registrado em novembro de 2020 na ordem de R$ 517,53.

É o que mostra o levantamento feito pelo Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe) do Departamento de Ciências Econômicas (Decon) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A cesta básica é composta de 13 itens, conforme metodologia do Dieese, que inclui: cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteínas e óleo.

A variação da CBAG em agosto/2021 foi de 5,89%, ficando 0,89 pontos percentuais acima da variação de julho/2021 (5% para o valor de R$ R$ 506,45). No mês de agosto, o consumidor pagou R$ 29,81 a mais pela CBAG do que em julho/21. No ano de 2021 (de janeiro a agosto/2021), o valor da CBAG acumula uma alta de 9,28% e no acumulado de 12 meses o aumento foi de 35,66%. Enquanto que em julho/20 o consumidor pagava (individualmente) R$ 395,31 pela Cesta de Alimentos, em agosto/21 pagou R$ 536,26.

Em agosto/2021, a difusão do aumento dos preços de alimentos atingiu 77% dos produtos da CBAG. Isto quer dizer que poucos produtos de salvaram da inflação em agosto/21.

O grupo de hortifrúti foi o único que apresentou uma pequena queda, na ordem de -0,49%.

Os produtos da CBAG que apresentaram as maiores altas em Guarapuava, em agosto/2021, foram: açúcar (+18,73%), seguido do arroz que voltou a subir (+17,67%), derivados do leite (média +7,97%), carne bovina (+7,81%), óleo de soja (+6,49%), feijão (+6,25%), café (+5,10%) e outros.

Segundo a economista do Nepe/Decon/Unicentro, Luci Nychai, a aceleração do valor da CBAG que vem sendo observada, não só em Guarapuava, mas em todo o Brasil, é basicamente decorrente de fatores como: “aumento do consumo e desabastecimento no período da Pandemia; desvalorização do Real; aumento das exportações; aumento do preço dos insumos importados; aumento dos custos de produção devido ao aumento dos insumos, da água, do gás, dos combustíveis e da energia; problemas sazonais e climáticos como estiagem e geadas; instabilidade político-institucional; incompetência do governo federal na condução de políticas macroeconômicas, como o controle inflacionário”.

(Arte: Divulgação)

SALÁRIO
No mês de agosto/2021, a CBAG comprometeu 48,75% do salário mínimo (R$ 1.100,00) o que equivale à dedicação de 107,25 horas de trabalho para custear a alimentação básica.

O maior impacto da inflação de alimentos recai sobre os consumidores de até 3 salários mínimos (R$ 3.300,00), para os quais compromete de 16,25% a 48,75% da renda. Para tanto, considerando o gasto com alimentação, no mês de agosto/2021, o Salário Mínimo Necessário (SMN) em Guarapuava para fazer frente às necessidades de gastos com mensais de vestuário, despesas pessoais, educação, transporte, habitação, comunicação, saúde, cuidados pessoais e artigos de residência, precisaria ser de R$ 4.568,79.

No último dia 31/8, o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei que prevê o reajuste do Salário Mínimo para 2022 no valor de R$ 1.169,00. Esse valor não prevê aumento real, mas simplesmente a reposição da inflação na ordem de 6,27%, abaixo da previsão de inflação para 2021, já que a inflação acumulada de 12 meses, medida pelo IPCA, deve ficar acima de 10%.

Segundo a economista Nychai, o salário mínimo previsto para 2022, no valor de R$ 1.169,00, cobre apenas 26% dos gastos das famílias de renda fragilizada, se considerar o Salário Mínimo Necessário (SMN) em Guarapuava de R$ R$ 4.568,79 suficiente segundo a Constituição Federal para fazer frente às necessidades de gastos com mensais de vestuário, despesas pessoais, educação, transporte, habitação, comunicação, saúde, cuidados pessoais e artigos de residência.

REFORMA
Outra incongruência refere-se à reforma tributária encaminhada pelo Governo Federal ao Congresso, a qual prevê a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.500,00 por mês em substituição ao atual valor de isenção de R$ 1.903,98. De acordo com o Salário Mínimo Necessário (SMN) projetado para Guarapuava, o valor de isenção do Imposto de Renda deveria ser de R$ 4.568,79 estimado como renda mínima para que a pessoa possa viver com dignidade.

***************Com informações de assessoria

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