‘A prova é muito favorável à acusação’, diz Gustavo Scandelari

Na avaliação do assistente de acusação, o translado do corpo não interfere na conclusão dos médicos legistas de que a causa da morte de Tatiane Spitzner foi asfixia mecânica; defesa diz que situação foi uma ‘ilegalidade’

No quarto dia do júri popular do ex-professor Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada Tatiane Spitzner em 2018, os advogados que atuam no caso atenderam a imprensa em frente ao Fórum de Guarapuava.

Gustavo Scandelari, assistente de acusação, e Claudio Dalledone, advogado de defesa, foram questionados sobre a ida do corpo de Tatiane Spitzner à funerária e a volta ao Instituto Médico-Legal (IML) de Guarapuava.

Para Scandelari, isso não atrapalhou os exames realizados pelos médicos legistas do instituto.

“A prova foi justamente em sentido oposto. Foi ouvido o Obadias [de Souza, perito do instituto], foi apresentada a documentação de que, embora tenha havido esse translado do corpo, não influenciou em nada no exame de necropsia e no exame anatomopatológico, feito posteriormente pelo IML”, disse.

O assistente de acusação também voltou a afirmar que os legistas atestaram que a causa da morte foi asfixia mecânica e que a fratura do osso hióide – localizado no pescoço – ocorreu ainda em vida. “Como todos os outros dias, a prova é muito favorável à acusação”.

DEFESA
Já para Claudio Dalledone, o translado do corpo “é uma ilegalidade”. Ele compara dizendo que é a mesma situação de “entrar em sua casa sem um mandado, sem uma ordem do juiz de busca e apreensão”, e alega que isso “prejudicou os exames”.

“A defesa aqui não quer impunidade, a defesa não quer bagunçar. Agora, nós queremos colocar uma ordem, inclusive institucional, nisso. O Ministério Público errou, e estou estupefato pelo silêncio deles, sustentando em cima de um auxiliar de necropsia [referindo-se a Obadias] de conduta pessoal e profissional altamente questionável, que simplesmente mandou em tudo”, afirmou Dalledone.

Claudio Dalledone é advogado de defesa (Foto: Redação)

DENÚNCIA
Conforme a denúncia criminal oferecida pelo MPPR, por meio da 10ª e da 12ª Promotorias de Justiça da comarca, na madrugada de 22 de julho de 2018, após uma discussão quando retornavam de uma casa noturna, o réu passou a agredir a vítima.

Boa parte dos fatos chegou a ser registrada pelas câmeras de segurança do prédio onde o casal residia. Ao final das agressões, segundo a ação penal, a mulher teria sido lançada da sacada do apartamento pelo denunciado.

A tese do MPPR, comprovada pelo Laudo de Necropsia e pelo Laudo Anatomopatológico, é de que a vítima foi jogada da sacada quando já estava morta. Luis Felipe foi preso no mesmo dia depois de um acidente em São Miguel do Iguaçu, a 340 km de Guarapuava.

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