Vida de Vladimir Kozák é tema de documentário tcheco

Redação
Reportagem local

Uma equipe da Czech Television – maior canal público da República Tcheca – está em Curitiba para produzir um documentário sobre o artista Vladimir Kozák. Intitulado As pegadas checas pelo mundo – a história de Vladimir Kozák (tradução livre), o documentário que irá ao ar na TV tcheca em 2016, aborda toda a trajetória de Kozák no Brasil, desde que aportou no País, em 1923, até sua morte, em 1979. As informações são da Agência Estadual de Notícias.

Para retratar a história do artista, a equipe de documentaristas faz uma grande pesquisa no Museu Paranaense, local que guarda as obras de Kozák e onde ele trabalhou durante algum tempo. Também serão feitas entrevistas com a antropóloga Maria Fernanda Maranhão, que trabalha no Museu e tem uma vasta pesquisa sobre o artista, com a historiadora Rosalice Benetti e com o cineasta e diretor do Museu da Imagem e do Som do Paraná, Fernando Severo, que produziu o filme O mundo perdido de Kozák.

Para entender o trabalho do artista com os indígenas, a equipe deve visitar a Ilha da Cotinga, onde vivem índios Guarani.

Este não é o primeiro documentário do gênero produzido pelo diretor Vladimir Šimek e pela jornalista Kamila Šimková Broulová, dupla que tem viajado o mundo retratando as histórias dos tchecos ao redor do globo.

Entre os trabalhos produzidos por eles está o filme Pegadas tchecas, nas margens do Amazonas (tradução livre), que trata da experiência do missionário jesuíta Samuel Fritz durante os tempos em que pregou às margens do Rio Amazonas e que produziu alguns mapas sobre o local. Outra produção da dupla é Pegadas tchecas no reino vegetal da América Latina (tradução livre), que apresenta a história de cinco grandes botânicos tchecos que se aventuraram pela flora sul-americana – entre eles Thaddeus Haenkemu que, entre outras coisas, descobriu a Vitória Régia.

A vida de Vladimir Kozák é tema de documentário tcheco. À frente o diretor do Museu Paranaense, Renato Carneiro, com a jornalista Kamila Šimková Broulová e o diretor Vladimir Šimek. Curitiba, 23/06/2015. Foto:Kraw Penas/SEEC
Fotos: Kraw Penas/Seec

SOBRE O ARTISTA
Vladimir Kozák, cineasta, fotógrafo, pintor, etnógrafo e engenheiro, nascido na República Tcheca, em 1897, chegou ao Brasil em 1923. Além de trabalhar como engenheiro em companhias de energia elétrica em diversos estados, entre eles Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Kozák registrou a exuberância da paisagem e do povo brasileiro por meio da pintura, da fotografia e do cinema.

Em 1938, contratado pela Companhia Força e Luz do Paraná, fixou residência em Curitiba. Anos depois, em 1946, recebeu o convite do diretor José Loureiro Fernandes para trabalhar no Museu Paranaense e passou a documentar pesquisas de campo voltadas para o conhecimento da diversidade cultural e do território paranaense.

Por iniciativa particular, o artista também pesquisou diversos povos indígenas brasileiros entre as décadas de 1950 e 1960, como os Bororo, Karajá, Ka’apór, Kayapó, Wauja, Yawalapiti e Kamaiurá.

Morreu em Curitiba, no início de 1979, e deixou uma obra de grande valor que pertence hoje ao Estado do Paraná, sob a guarda do Museu Paranaense. Este acervo é formado por filmes, fotografias, desenhos, pinturas e uma vasta documentação manuscrita, como correspondências e cadernetas de campo.