Estação Ecológica de Palmital garante recursos para ações ambientais
A reportagem do CORREIO conversou com a secretária de Meio Ambiente, Rosilda Gomes, sobre a estrutura do local e o trabalho de pesquisadores na unidade de conservação
Localizada às margens do Rio Cantu, a cerca de 30 km da cidade, a Estação Ecológica de Palmital tem gerado uma significativa mudança na relação com o meio ambiente.
A compra da área que hoje pertence à unidade de conservação de Palmital ocorreu em 2013, quando a Prefeitura adquiriu 113 alqueires de mata.
O CORREIO conversou com a secretária de Meio Ambiente, Rosilda Gomes da Silva, que falou sobre o espaço e a estrutura atual.
“Após a compra do terreno, ele foi sendo adaptado e corrigido para que se transformasse totalmente em mata nativa. A gente ainda passa por modificações, por cuidados”, afirma a titular da pasta, que é bióloga, com especialização em manejo sustentável do meio ambiente.
RETORNO
Além de preservar uma diversidade de animais e plantas, e de possibilitar o desenvolvimento de estudos, a unidade gera recursos financeiros ao município.
Através do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ecológico, que é destinado aos municípios que têm áreas de florestas preservadas ou mananciais, a cidade consegue desenvolver mais projetos voltados ao cuidado com a natureza.
“Para ter o repasse do ICMS ecológico, ela precisa cumprir algumas metas dentro do perfil da reserva e também da Secretaria de Meio Ambiente”, esclarece Rosilda, reiterando que o dinheiro também é usado em outras ações.
“Ele é distribuído em vários setores com cuidados ambientais, como o aterro sanitário, com questão de drenagem, com áreas de APP [áreas de preservação permanente]. Toda questão ambiental municipal é beneficiada com o ICMS ecológico”, ressalta.
PESQUISA
O município conta com cinco pesquisadores que acompanham o plano de manejo e realizam suas pesquisas na Estação. São profissionais da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) de União da Vitória.
“A gente já teve entre 2013 até 2016 a primeira parte a mastofauna, da parte mamífera. Eles entram dentro da mata e descobrem o que tem lá de mamíferos”, explica.
Desde 2017, a Estação está na segunda fase de estudos da mastofauna e já iniciou o inventário de aves que vivem na área da reserva. De acordo com Rosilda, a primeira fase permitiu identificar espécies de animais que estão em extinção, como a onça-parda, gato-maracajá e o pica-pau do papo dourado. Mais de 150 aves também já foram mapeadas, e entre as ameaçadas de extinção estão o araçari-banana, o cisqueiro e o cais-cais.
“São levantamentos importantes para o ICMS ecológico, pelo conhecimento e pela própria obrigatoriedade sendo a reserva ecológica uma reserva integral. Ela deve contemplar todo tipo de parte botânica, animal e reino vegetal”, diz.
ESTRUTURA
Recentemente, a unidade teve sua estrutura reformada. A casa onde os pesquisadores ficam foi totalmente reestruturada para atender os profissionais. “Nós tínhamos uma casa precária, mas hoje temos uma ampla que foi pensada para que eles tivessem condições de trabalho e um ambiente adequado para pernoitar”, conta a responsável pelo lugar.
A residência tem dormitórios masculinos e femininos, uma cozinha e banheiros. Na sede, há ainda uma casa para o guarda-parque que faz a manutenção da reserva. São 12 km de trilhas que precisam ser mantidas abertas, facilitando trânsito dos pesquisadores na mata.
Rosilda lembra que não é um lugar de visitação, sendo restrita aos pesquisadores. “Ela é uma unidade de pesquisa e conhecimento. Pode um grupo de alunos ir lá visitar? Sim. Mas será um grupo específico para estudo e conhecimento. Tem todo um direcionamento de trabalho com ela”, finaliza.