Visitas domiciliares e orientações norteiam combate à dengue na região

De acordo com o agente de endemias da 5ª Regional de Saúde, Rilson Motta, o cenário não é pior que em anos anteriores, mas é preciso ficar atento à criação de focos do mosquito nas residências e terrenos baldios

O último boletim da dengue, divulgado na terça-feira (14 janeiro) pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (Sesa), aponta que não há nenhum caso notificado na região da 5ª Regional de Saúde, da qual Guarapuava é sede.

Entretanto, ao lado dos municípios de Cascavel e Ponta Grossa, a terra do lobo bravo está com risco climático médio para a reprodução e desenvolvimento de focos do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença.

Inclusive, esse aspecto foi refletido no boletim divulgado em 7 de janeiro, quando uma suspeita chegou a ser notificada em Guarapuava, mas posteriormente descartada – ou seja, no momento não há nenhum caso autóctone ou importado da doença na região.

Ao CORREIO, o agente de endemias da 5ª Regional de Saúde, Rilson Motta, afirma que as atividades nunca param e são norteadas pelo enfrentamento diário ao vetor através das visitas domiciliares e da educação da população.

Hoje, nós temos um trabalho na Sesa de intensificar todas as atividades em apoio aos municípios de combate à dengue, porque o cenário no âmbito de estado e do Brasil é favorável à transmissão, citando o calor e o alto volume de chuvas como responsáveis.

O agente ainda explica que esse enfrentamento pode ocorrer a partir de várias atividades, mas que na região o foco são as visitas domiciliares, identificando os municípios como infestados ou não infestados.

Via de regra, o uso de larvicidas e inseticidas só ocorre em situações em que a remoção mecânica do criadouro não é possível. Nós trabalhamos mais com prevenção, porque se nós jogarmos muito larvicida no ambiente, tem estudos que comprovam isso, as próximas gerações [do mosquito] podem gerar resistência, pontua.

O próximo boletim da dengue será divulgado na terça-feira (21).

Equipe do CORREIO encontrou sujeira em terrenos baldios de Guarapuava, na tarde desta sexta-feira (16). Garrafas e copinhos descartados podem acumular água (Foto: Cristiano Martinez/Correio)

BALDIOS

Um dos pontos ressaltados por Rilson é a importância de se manter terrenos baldios limpos, para evitar a proliferação de focos do vetor. Em locais onde há descarte irregular de lixo, por exemplo, o acúmulo de água ocorre com frequência nesta época do ano.

O secretário de Habitação e Urbanismo de Guarapuava, Flávio Alexandre, afirmou que com as altas temperaturas e chuvas, o número de reclamações sobre terrenos com manutenção irregular aumentou.

Pedimos a colaboração da comunidade para informar a Prefeitura, pois a falta de cuidado pode ser o foco de doenças, como a dengue, abrigo de animais peçonhentos e proliferação de insetos, acrescentando que após a notificação, caso o proprietário não faça a limpeza em até 30 dias, é aplicada uma multa e a Companhia de Serviços de Urbanização de Guarapuava (Surg) realiza o trabalho, com o custo de R$ 3,03 por m².

RECOMENDAÇÕES

Além de garantir que a Sesa está trabalhando de forma intensa no enfrentamento ao Aedes aegypti, o agente de endemias ressalta que o combate à dengue é responsabilidade de todos os cidadãos. Dengue mata. Temos que entender que dengue mata, frisa Rilson.

A recomendação é que para maiores informações e aos primeiros sintomas da doença, se procure a unidade de saúde mais próxima. Também é recomendável verificar se o município está infestado ou não (disponível no site www.dengue.pr.gov.br).