Unicentro pode ter dificuldades para fechar o ano, diz novo reitor
A universidade sofre em função do contingenciamento de 20% de seus recursos. Entre os orçamentos que compõem a instituição, o mais preocupante para Osmar Ambrósio de Souza é aquele que se refere às verbas de custeio
Desde o início deste ano, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) convive com o contingenciamento de 20% de seus recursos. É uma medida que foi tomada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, em janeiro, para que fosse feita uma análise fiscal e financeira das universidades estaduais.
Segundo o novo reitor da Unicentro, Osmar Ambrósio de Souza, por conta dessa situação orçamentária a instituição não está bem. Claro que, no curto prazo, ainda não afeta no primeiro trimestre. Mas, no segundo trimestre em diante, começa a afetar, diz, em entrevista ao CORREIO. No provável dia 1º de abril, ele assumirá o comando da Reitoria, substituindo Aldo Nelson Bona (que irá para o Governo Ratinho Junior), e terminará o atual mandato.
Em outras palavras: se o contingenciamento se mantiver por mais tempo, a Unicentro terá muitas dificuldades para fechar o ano no azul. Entre os orçamentos que compõem a instituição, o mais preocupante para Souza é aquele que se refere às verbas de custeio, ou seja, a vida operacional da universidade.
O novo reitor explica que, nos últimos dez anos, medidas adotadas pelos sucessivos governos estaduais impactaram no orçamento da Unicentro, fazendo com que o valor total oscilasse quase sempre para baixo.
Assim, em caso de manutenção do atual contingenciamento, o orçamento para custeio ficará no mesmo patamar de dez anos atrás. Na avaliação de Souza, isso se torna problemático, pois a instituição teve um crescimento natural, com ampliação de suas instalações e diversas obras, o que demanda mais recursos para sua operação.
Com esse contingenciamento, nos coloca um orçamento de dez anos atrás. Então, veja o tamanho da dificuldade que nós teremos para administrar com esse contingenciamento.
DOCUMENTO
Diante das dificuldades financeiras, Osmar Ambrósio de Souza conta que um documento está sendo elaborado para mostrar ao governo estadual que a Unicentro não pode mais ficar com seus recursos contingenciados. Principalmente porque essa instituição já tinha um histórico de cortes de verbas e restrições.
Nesse sentido, o novo reitor entende que o governo quer eliminar gastos e otimizar a máquina pública. Mas a Unicentro não pode sofrer cortes. Por isso, Souza pretende apresentar documentos oficiais, sem apelar para greves ou paralisações.
RECEITA
Se não bastasse o contingenciamento, a Unicentro também passa pela desvinculação de sua receita, segundo Souza. Ou seja, os recursos próprios (oriundos de pós-graduação, projetos, eventos etc.) estão com restrição. O governo determinou, baseado numa lei federal, uma desvinculação de 30% da receita, informa o novo reitor, destacando que é mais um complicador.
Trocando em miúdos, significa uma retenção de 30% em cima de outras fontes de renda da Unicentro.