Secretário defende pedágio 50% mais barato

Em Guarapuava, Abelardo Lupion explicou que a intenção é fazer um pedágio apenas para manutenção. Nesse cenário, o Estado utilizaria uma parte da tarifa para reter em um fundo estadual, que seria destinado para obras das concessionadas

Começar uma coisa nova para que os paranaenses tenham um pedágio pelo menos 50% mais barato. Estas são as palavras do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Abelardo Lupion, na tarde desta terça-feira (21), em Guarapuava. Representando a governadora Cida Borghetti, ele coordenou a reunião pública Novo ciclo de Concessão Rodoviária, na sede da Acre/Unicentro.

Era o sexto encontro desse tipo no Paraná. O governo estadual já discutiu o modelo de concessão de pedágio nas cidades de Cascavel, Londrina, Ponta Grossa, Maringá e Curitiba.

Segundo Lupion, é o momento de aproveitar as contribuições da sociedade para repensar o tipo de concessão de pedágio para o próximo ciclo. A governadora Cida já avisou que não vai renovar os atuais contratos.

Durante entrevista coletiva, o secretário explicou que a intenção é fazer um pedágio apenas para manutenção. Nesse cenário, o Estado utilizaria uma parte da tarifa para reter em um fundo estadual, que seria destinado para obras das concessionadas. Inclusive, no futuro não seriam apenas seis empresas operando como no atual modelo.

Em maio, o governo do Estado solicitou ao Ministério dos Transportes uma nova delegação das rodovias federais que formam o Anel de Integração. No dia 11 de junho, o Estado notificou as seis concessionárias de pedágio para iniciar os processos de finalização dos contratos.

O trabalho para a definição de um novo modelo de pedágio foi dividido em três comissões: a primeira tem como foco a delegação do Ministério dos Transportes para tratar desse assunto no Paraná; a segunda trata da finalização dos contratos com as atuais concessionárias, e a terceira, que trata das audiências públicas, é ouvir a população do Estado.

O Paraná foi pioneiro nas concessões de pedágios, em 1997, e aprendeu muito com esse contrato inicial, lembrou o diretor de relações institucionais e de ouvidoria da Agepar, João Batista Peixoto Alves. Agora, com essas audiências públicas, estamos conseguindo aliar a nossa experiência com os anseios da sociedade para, juntos, buscarmos uma nova modelagem, disse ele.

BARATO

Nos planos governamentais, está a redução da distância entre as praças de pedágio e a inclusão de chips nos veículos para identificá-los.

Mas o mais importante é o barateamento do serviço. Fazer um pedágio que seja barato, a qualidade das estradas seja boa e nós tenhamos essa justiça tributária, afirmou Lupion.

Junto com o investimento nas estradas, o governo também trabalha em outra frente: a ferrovia Dourado/Paranaguá. Com isso, será possível desafogar o tráfego pesado das rodovias, ampliando a conservação e a segurança da malha viária. O modal do Paraná está completamente falido, dando como exemplo as consequências financeiras da greve dos caminhoneiros, em maio deste ano.

ÍMPAR

Para o empresário Acassio Antonelli, vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig), as audiências públicas são uma oportunidade para discutir como o pedágio vai impactar e influenciar o futuro do setor. É uma iniciativa ímpar do governo do Estado, essencial para definir um novo contrato, que não deixe brechas para intervenções futuras baseadas em ações populistas, disse ele, via assessoria.

O prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, também ressaltou a iniciativa do governo do Estado de iniciar as discussões sobre o pedágio com antecedência em relação ao prazo de conclusão dos atuais contratos. Graças a essa iniciativa conseguiremos, juntos, fazer um projeto muito bem estruturado e que não caia nas mesmas armadilhas do passado, disse ele.

GRUPOS

Após as explanações feitas por representantes do Governo, os participantes se reuniram em cinco grupos para discutir e fazer propostas ao novo modelo. Eles se basearam em cinco questões: qual seria um preço justo para o pedágio; quais as obras necessárias para a região; quais serviços as concessionárias deveriam oferecer; qual o modelo ideal de cobrança de pedágio e quais novos trechos de rodovias poderiam ser objeto de concessão. Todas as respostas e opiniões, de todos os encontros, serão consideradas no momento da elaboração do projeto.