Rock City: uma verdadeira ‘Babilônia cultural’ em Guarapuava

Na edição de 2018, tradicional festival de bandas autorais agrega novas tribos em uma mistura de rock, cultura nerd e arte no terceiro planalto paranaense. Durante um fim de semana, roqueiros e cosplay circularam no mesmo espaço

Em um fim de semana de diversidade na terra do lobo bravo (música, passeio de animais, festas etc.), o ponto alto para o público roqueiro foi a edição 2018 do Guarapuava Rock City (GRC), no sábado (7) e domingo (8). Assim como nos anos anteriores, o festival reuniu bandas autorais da cidade (16 apresentações) que se revezaram em dois palcos armados no Guarapuava Esporte Clube (GEC). Resumindo, o rock and roll não parou um minuto sequer entre 20h do sábado e a madrugada de domingo.

Mas o grande diferencial do GRC 2018 estava na programação de domingo (8), que iniciou à tarde com uma feira cultural envolvendo exposições artísticas, estandes de produtos nerd, concurso de cosplay (aficionados que se fantasiam com seu personagem preferido), tecnologia e, claro, música. A festa só terminou à noite, com a presença de atrações de fora, com destaque para Attractha, Alírio Netto e Noturnall.

Assim, era possível ver em circulação, no mesmo espaço, personagens como o Homem-Aranha e o Justiceiro em meio a pessoas vestidas de preto, com a sua banda preferida no peito (e nas costas). A maior concentração por metro quadrado de roqueiros em Gorpa City também abriu espaço para as cores de personagens saídos de alguma página de gibi ou tela de anime.

É uma maravilha, uma mistura de culturas que poucas cidades têm. Agora, a gente trouxe pra cá [Rock City] esse pessoal do cosplay. Quanto mais gente melhor. É uma ‘Babilônia cultural’ hoje, que é um dia especial, disse o cosplay do Homem-Aranha, em entrevista exclusiva ao CORREIO. O máximo que ele revelou foi sua identidade secreta, que somente os leitores da Marvel conhecem: Peter Parker.

Na avaliação do aracnídeo, a mistura entre nerds e roqueiros funciona bem. Inclusive, ele contou que a sua banda preferida é o Noturnall, atração que fechou com chave de ouro os dois dias de evento.

O cosplay do Homem-Aranha foi uma das atrações do evento (Cristiano Martinez)

WORKSHOP

Aliás, dois integrantes do Noturnall conversaram com os guarapuavanos durante um workshop sobre o mercado da música. Durante pouco mais de uma hora, Fernando Quesada (baixista) e Juninho Carelli (tecladista) deram detalhes sobre o funcionamento do mundo dos negócios (business) para quem quer se lançar na carreira de músico de uma banda de rock.

Na visão da dupla, que tem experiência administrativa em Music Business, o principal ponto é aliar o talento musical ao conhecimento sobre a engrenagem que faz girar o mercado do entretenimento no Brasil. A maior ‘obrigação’ do músico é cuidar dessa parte dos negócios. Saber tocar é a premissa, mas você saber coordenar tudo o que você vai fazer com o ‘seu tocar’ é muito importante, afirma Quesada, em entrevista ao CORREIO.

Carelli ainda acrescenta que essa ‘obrigação’ permite ao músico não ser enganado. Para você não ser engambelado por pessoas que estão tentando fingir que estão cuidando das suas coisas.

PÚBLICO

Em massa, o público do rock compareceu ao GEC para acompanhar o fim de semana de atrações do Rock City 2018. Por amostragem, é possível dizer, de maneira não-oficial, que a movimentação girou em torno de 3 mil pessoas nos dois dias. Mas a organização do evento ainda não confirmou o público total.

O Noturnall fechou com chave de ouro o evento no domingo (8) (Cristiano Martinez)

BANDAS

Representando Guarapuava, as 16 bandas do Rock City: Sweet Katerina, PJ32, Slug Killer, 350ml, D.Krauz, Fusileer, Futhärk, Ultra Violent, Hard Rockers, Texas Colt, Open Scars, Prime Revenge, Maquinária, Be Blessed, Kingargoolas e Feeling Folks and Rednecks.