Região de Guarapuava tem potencial climático para produção de uvas, diz estudo

A partir da classificação climática, as características dos planaltos de Curitiba e de Guarapuava foram consideradas semelhantes aos da Serra Gaúcha e da Serra do Sudeste, também no Rio Grande do Sul, onde a produção já se consolidou e obteve reconhecimen

A produção agrícola da região de Guarapuava tem potencial para se expandir, agregando também a viticultura. Quem diria.

Segundo estudos recentes da Embrapa Uva e Vinho, o Paraná é um local com clima indicado para esse tipo de cultura. A partir da classificação climática, as características dos planaltos de Curitiba e de Guarapuava foram consideradas semelhantes aos da Serra Gaúcha e da Serra do Sudeste, também no Rio Grande do Sul, onde a produção já se consolidou e obteve reconhecimento internacional.

Essas regiões no Paraná com características de clima úmido, temperado quente e com noites amenas guardam semelhanças com regiões produtoras do Uruguai, Espanha (Galícia) e Itália (regiões de Modena e do Vêneto).

Uma das ideias é estimular a produção de uvas em áreas de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que sejam declivosas. São áreas da região Centro-Sul de baixa exploração e que podem se tornar rentáveis e produtivas com pequenas áreas plantadas.

Outras regiões no Estado como o Sudoeste, o Norte e o Oeste também apresentam características climáticas ideais para produção de uva de mesa, suco e vinho – Marialva, responsável por mais de 40% da produção estadual, é uma das cidades produtoras mais conhecidas.

HISTÓRICO

O cultivo de uva e produção de vinho estão presentes no Estado desde o período da colonização por imigrantes europeus italianos e alemães, no início do século 20. A atividade se concentrou na Região Metropolitana de Curitiba até a década de 60, com grandes vinícolas economicamente competitivas, mas houve queda da produção a partir dos anos 70.

Entre os motivos desse hiato produtivo estão pragas que causaram quedas acentuadas de produtividade e, em muitos casos, perdas totais nos parreirais; e valorização do mercado imobiliário no entorno da Capital, o que deixou os terrenos muito caros para viticultura. Também houve o fechamento de uma unidade de pesquisa, deixando o setor carente de tecnologia.

Com o apoio da assistência técnica rural do setor público e do desenvolvimento da pesquisa no Estado, novos parreirais destinados a uva de mesa, suco e vinho foram instalados em outras regiões do Paraná nas décadas de 70, 80 e 90.

PROGRAMA

O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou nesta semana, no Palácio Iguaçu, o programa Revitis, destinado a estimular a produção de uvas no Paraná. Iniciativa inédita no Estado, o programa está apoiado em quatro eixos: incentivo para a produção, reorganização da comercialização, desenvolvimento do turismo e apoio à agroindústria.

O programa é uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento e suas autarquias, as universidades e a iniciativa privada, e prevê a autossuficiência da cadeia como resposta à falta de parreiras para atender a demanda da indústria local.

O governador afirmou que o estímulo à produção de uva com qualidade vai gerar emprego e renda, principalmente diante de um contexto de 85% de propriedades ainda dedicadas à agricultura mais enxuta no Estado. A ideia é fortalecer a produção de uva, suco e vinho. O Paraná foi um grande produtor no passado e ao longo do tempo diminuímos a produção. Queremos retomar essa cadeia com muita força e com planejamento integrado, afirmou Ratinho Junior. Queremos disputar em grau de igualdade com o Rio Grande do Sul e consolidar nossos vinhos em todo o mundo.