Rambomania: uma franquia imortalizada por Stallone no cinema

O título em inglês (Last Blood) do mais novo Rambo, cuja estreia nacional é nesta quinta-feira (19 setembro), indica que o personagem terá finalmente seu desfecho nos cinemas. Ou seja, a última gota de sangue.

Um Sylvester Stallone setentão incorpora pela quinta vez o famoso personagem surgido em 1982 nas telonas (mas com base em um livro de 1972). Será que é mesmo a despedida do ex-combatente do Vietnã? A rambomania fomentou a franquia principalmente nos anos de 1980, quando foram feitos três filmes. Anos depois, em 2008, Sly tentou dar um ponto final à trajetória do fortão; mas parece que eram reticências…

A seguir, relembre os quatro filmes feitos até aqui na franquia Rambo.

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SEM MORTES

O título em português do primeiro longa-metragem é forte e impactante: Rambo: Programado para Matar (1982). No entanto, o protagonista não é responsável direto por nenhuma morte ao longo do filme. Rambo apenas fere gravemente seus inimigos e provoca uma única baixa, mas de maneira indireta.

Baseado no livro First Blood (1972), de David Morrell, o longa se enquadra no subgênero cicatrizes de guerra ao narrar as consequências da Guerra do Vietnã em um ex-soldado: inadequação social, vida atormentada, sentimento bélico, entre outros.

Ironicamente, quem começa o conflito é a lei de uma cidadezinha norte-americana. Sem motivação aparente, o xerifão do pedaço (o ator Brian Dennehy) implica com Rambo e o expulsa do local. Mas o ex-boina verde não aceita a atitude e aí começa outra guerra.

Tirando as tradicionais cenas de perseguição e violência, o momento mais impactante é a sequência final, quando Rambo desaba em lágrimas no colo do Cel. Trautman (Richard Crenna), expurgando as feridas de guerra e desabafando contra uma sociedade que não o aceita.

Com roteiro de Michael Kozoll, William Sackheim e Sylvester Stallone, o filme é dirigido por Ted Kotcheff. E uma curiosidade: o ainda jovem David Caruso (Horatio Caine de CSI Miami) faz uma ponta como um dos policiais que perseguem Rambo.

MISSÃO

Em Rambo 2: A Missão (1985), parece que o espectador se depara com outro personagem, tamanha é a diferença em relação ao primeiro filme.

Sai o drama e fica apenas a ação. Com um Stallone bombadão e sangue no olho, o protagonista é uma verdadeira máquina de guerra. Ele mata a torto e a direito, em uma missão especial no Vietnã dos dias atuais.

Dirigido por George P. Cosmatos, o longa tem roteiro escrito por Sylvester Stallone e James Cameron com base nos personagens criados por David Morrell. Talvez, por isso, tenha sido um filme focado apenas na ação, com algum conflito político como pano de fundo. Afinal, John J. Rambo e os valorosos soldados norte-americanos são produto descartável aos olhos da sociedade e principalmente do governo.

Interessante que o Rambo ganhou uma biografia em uma das cenas, em que o espectador fica sabendo que ele nasceu em 6 de julho de 1947 no Arizona. Tem no currículo 59 mortes confirmadas e várias honrarias de combate.

DESCARTÁVEIS

Tanto Rambo 3 (1988) quanto John Rambo (2008) são continuações descartáveis na mitologia do personagem. Enquanto no primeiro, o personagem se embrenha no Afeganistão, para combater russos; no segundo, a ação se passa na Birmânia.

Ainda com o Cel. Trautman na história, o terceiro filme tem direção de Peter MacDonald. Uma das cenas mais famosas é a luta de Rambo em uma arena na Tailândia, que virou paródia no filme Top Gang 2 (1993).

E o quarto filme (que tem o título Rambo 4 no Brasil) foi uma tentativa de Stallone (também diretor e corroteirista) de dar um final digno ao personagem. Mas fica só na tentativa.

Talvez pelo fracasso de John Rambo, Sly ressuscitou o personagem naquele que pode ser de fato o último da franquia. Rambo: Até o fim (2019) tem estreia nacional nesta quinta-feira (19) no circuito comercial de Guarapuava. As sessões são às 17h e 19h15 (dublado); e 21h30 (legendado); no sábado e domingo, às 15h (dublado).