Primeiro encontro do clube de leitura ‘Leia Mulheres’ – Guarapuava é neste sábado (16)
Depois de ser criado em cidades como Maringá e Curitiba no Paraná, o projeto nacional ‘Leia Mulheres’ chegou a Guarapuava: neste sábado (16), ocorre seu primeiro encontro. A iniciativa põe em destaque os livros produzidos por autoras
Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, W. Shakespeare, Victor Hugo… ao menos, entre a literatura ocidental, tem-se a impressão de que a produção ficcional é única e exclusiva dos homens. Mas não é. Existem autoras importantes e que, por uma série de questões, estão distantes dos olhos de leitoras e leitores.
Por isso, o projeto nacional Leia Mulheres vem desmistificando essa imagem desde que foi criado, em 2015. A iniciativa é um clube de leitura com foco na autoria feminina que se espalhou por diversos estados do país. Depois de ser criado em cidades como Maringá e Curitiba no Paraná, o clube chegou a Guarapuava.
Sob a mediação das guarapuavanas Enilda Pacheco e Nincia Teixeira, o livro O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkins Gilman, será discutido neste sábado (16 fevereiro), a partir de 17h, na sede da Gato Preto – Discos e Livros.
INICIATIVA
Em meados de 2018, Pacheco conversou com Teixeira sobre a ideia de implantar de maneira inédita o Leia Mulheres na terra do lobo bravo. Inclusive, Pacheco já havia participado do clube em Curitiba e avaliou como uma experiência muito importante.
Assim, a iniciativa guarapuavana entrou em contato com as coordenadoras nacionais – Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques – e apresentou a proposta. A gente estabelece um compromisso com o clube de maneira geral, com a organização nacional do projeto, explica Pacheco, em entrevista ao CORREIO.
Para funcionar em outras cidades, esse clube de leitura precisa contar com a mediação feita por mulheres, ter participação majoritária de pessoas do sexo feminino (mas com abertura aos homens) e funcionar com encontros presenciais em um local cultural. Mas o mais importante: o comprometimento em manter o clube em atividade; ou seja, é necessário implantar o projeto, fazê-lo funcionar, escolher as obras e dar continuidade.
Com o sinal positivo da coordenação geral, o Leia Mulheres – Guarapuava já estabeleceu o cronograma deste semestre.
PROGRAMAÇÃO
A programação do primeiro semestre do Leia Mulheres – Guarapuava já está definida. Os encontros são mensais, com duração aproximada de duas horas cada um deles.
Neste sábado (16), às 17h, haverá a discussão do livro O papel de parede amarelo (1892), da norte-americana Charlotte Perkins Gilman (1860-1935).
Depois, em março, a obra As coisas que perdemos no fogo, de Mariana Enriquez; em abril: A mulher dos pés descalços, de Scholastique Mukasonga; em maio: Olhos d’água, de Conceição Evaristo; junho: Os homens explicam tudo para mim, de Rebecca Solnit; e, por fim, julho: O conto da aia, de Margareth Atwood.
HISTÓRICO
Segundo Enilda Pacheco, o Leia Mulheres nasceu ao final de 2013, quando a jornalista britânica Joanna Walsh se deu conta que não tinha lido nenhuma autora. Assim, Walsh lançou um desafio em seu Twitter (#readwomen2014; ou #leiamulheres2014, em português) para que os seus leitores e seguidores lessem mais obras de autoria feminina.
A campanha virtual teve um impacto grande na Inglaterra e nos Estados Unidos, no ano de 2014. As pessoas se deram conta do tamanho da marginalização das mulheres, diz Pacheco.
O desafio se expandiu e chegou até São Paulo, em 2015. Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques deram uma nova cara ao Leia Mulheres, passando a ser um clube de leitura. Isso significa que se transformou numa iniciativa presencial, com algumas prerrogativas: mediação por mulheres, participação em peso de mulheres e aberto a homens; e sem pretensão de discussão acadêmica. O projeto se espalhou pelo Brasil, contando hoje com cerca de 300 cidades.
Segundo Enilda Pacheco, o Leia Mulheres nasceu ao final de 2013, quando a jornalista britânica Joanna Walsh se deu conta que não tinha lido nenhuma autora. Assim, Walsh lançou um desafio em seu Twitter (#readwomen2014; ou #leiamulheres2014, em português) para que os seus leitores e seguidores lessem mais obras de autoria feminina
Era não só ler mulheres. Era ler mulheres e discutir. Trazer as impressões de leitura para compartilhar em espaços presenciais. Para que as pessoas pudessem trocar experiências, explica a mediadora guarapuavana, destacando que o mais importante é a participação do leitor, independentemente de sua área de atuação.
Em Guarapuava, Pacheco cedeu o espaço da livraria Gato Preto, um empreendimento mantido em sociedade com Mackey Pacheco.
SERVIÇO
O clube de leitura Leia Mulheres – Guarapuava é aberto a todas e todos, com inscrição gratuita. A organização só pede que as pessoas confirmem sua presença na página do evento nas redes sociais (CLIQUE AQUI).
O primeiro encontro ocorre neste sábado (16 fevereiro), às 17h, na Gato Preto (rua Azevedo Portugal, 1.362, Centro, próximo da Praça da Prefeitura).