Primeiro CD do Maquinária atravessa fases na história da banda
Depois de percalços que duraram dois anos e meio, finalmente ficou pronto o primeiro CD de estúdio do Maquinária. Sob o título ‘Máquina do Tempo’, o trabalho atravessa várias fases de uma banda nascida em 1989 no município de Guarapuava
Entre idas e vindas, entradas e saídas, clipes e músicas, o Maquinária apresenta seu primeiro disco de estúdio. Desde o surgimento da banda em 1989 – com uma longa parada nos anos de 1990 e o retorno apenas em 2012 -, muita coisa rolou: novas formações, uma fita demo, singles/clipes e finalmente o tão esperado disco.
Não por sinal, a estreia fonográfica em CD se chama Máquina do Tempo (Gravobem, R$ 15). Ou seja, é o resgate de toda uma história de rock pesado em Guarapuava. Entre as dez faixas do trabalho, há canções com quase 30 anos de história em meio às novidades mais recentes. Passado, presente e um futuro logo ali para uma das bandas mais importantes da cena roqueira do terceiro planalto paranaense.
Mas a trajetória não foi simples. Nos últimos dois anos e meio, o Maquinária enfrentou percalços para finalizar seu CD: mudanças na formação do power trio que levaram a banda a fazer pelo menos três versões do trabalho, antes da prensagem das cópias.
O baixista e vocalista Adriano Ribeiro, o Besouro, conta que após uma fase de gravações sob a direção artística de Sergio da Matta, o Serginho, a banda teve de produzir novamente a guitarra, o baixo e o vocal. Tudo porque, nesse meio tempo, houve troca dos músicos responsáveis pela guitarra e pelo vocal, o que ocasionou mudanças no timbre e no tom das canções.
A gravação do CD chegou ao ponto certo quando o guitarrista Dan Souza se juntou a Besouro e ao baterista Junior Batista, assumindo também a produção de Máquina do Tempo. [Dan] gravou guitarra, masterizou e terminou pra gente, conta o baixista. A gente precisou regravar porque optamos em baixar um tom para combinar com os meus gritos, complementa.
Desde março deste ano no Maquinária, Dan detalha que a experiência em outras bandas (caso do Emdroma) e o know how adquirido com gravação lhe deram o caminho para fazer a coprodução do CD. Eu acho que ia ter mais liberdade para gravar e ter as minhas ideias gravando em casa. Porque no estúdio ficam cinco pessoas em cima de você e tem um tempo para gravar tudo aquilo, explicando que o trabalho levou em torno de cinco meses, entre escolha dos timbres e os testes de cada versão.
FAIXAS
Com dez faixas, Máquina do Tempo atravessa diversas fases da banda. Todas as letras são composições de Osni Santos (ex-integrante) com música do Maquinária. É praticamente o mesmo set list iniciado em 2016, acrescido da inédita Agogê.
Dan Souza explica que, com o tempo dedicado à produção, foi possível elaborar uma sonoridade com mais peso e detalhes, incluindo mais solos de guitarra nas canções e até mesmo o teclado. Venho numa veia do rock progressivo e do metal progressivo. Eu tentei colocar o meu estilo nas músicas, com um pouco mais de peso, guitarra dropada… tentamos fazer um negócio diferente, bem mais pesadão, acrescentando que seu objetivo foi de trazer influências do som produzido hoje no cenário nacional, com linhas de guitarra mais progressivas e do thrash metal.
No final das contas, a primeira versão do CD (iniciada em julho de 2016 e testemunhada pelo CORREIO) ficou como uma espécie de pré-produção. Se a gente tivesse lançado daquele jeito, não ia ser satisfatório pra ninguém. Agora, a gente chegou naquilo que a gente queria do CD, analisa Besouro.
Assim, o primeiro disco de estúdio da banda é resultado da coprodução de Sergio da Matta (da Gravobem) e Dan Souza. A novela de dois anos e meio terminou com final feliz e as cópias do CD já estão nas mãos dos integrantes do Maquinária há mais de dez dias (contatos: Dan Souza, Adriano Ribeiro e Junior Batista).
***********Entrevista com a banda, durante ensaio: