Polly Lima, a Dama de Ferro guarapuavana

Apelidada de Margareth Thatcher, a apoiadora da extrema-direita e projetista há 11 anos ganhou espaço nas mídias sociais falando sobre sexo e relacionamento; recentemente, engajou-se com a política, acreditando que a mesma, se bem feita, é a solução de tu

Amor e ódio: sentimentos antônimos expressados pela figura de Margareth Thatcher, conhecida como Dama de Ferro, que incentivou o crescimento da extrema-direita no Reino Unido em 1979. 

Pouco mais de quatro décadas depois e em Guarapuava, os mesmos sentimentos são expressados por Polly Lima (31 anos). Filha de capitão reformado no Rio de Janeiro, e criada pelo empresário falecido Waldemar Dalla Vecchia ela sempre manteve os costumes. Eu trago comigo toda essa regra de obediência perante o patriarca, seja pai ou esposo, afirma.

A youtuber do canal Entre 4 paredes com Polly Lima, onde fala sobre sexo e relacionamento, inicialmente tinha o desejo de levar informação e conhecimento, mas se diz surpresa. 

Eu consegui ajudar muitas mulheres, conversando e fazendo elas reatarem, manterem ou desfazerem suas alianças. Porém, me assustou quando várias outras vieram até mim relatar violências sofridas. Há muitos anos passei por isso e sobrevivi, então me solidarizo com elas. Os relatos contam a vida toda dessas mulheres. Eu arquivo, para que se algum dia aconteça algo contra elas, eu possa fazer justiça. Infelizmente, muitas ainda morrem com boletim de ocorrência e medidas cautelares em mãos, analisa.

NA POLÍTICA

Entre 2018 e 2019, a Dama de Ferro guarapuavana sendo filiada inicialmente pelo Patriota, atuando como presidente do Patriota Mulher Guarapuava e na tesouraria, contribuiu com algumas famílias utilizando o partido como meio.

Eu já tinha começado a fazer com que mães que não recebiam pensão, recebessem, intermediando um acordo extrajudicial com os pais, para que não fossem presos e as mulheres recebessem, recorda Lima, pontuando que acompanhava o cotidiano das crianças.Foram cinco acordos em uma semana, era gratificante. Mas, quando eu perdi o partido, eu perdi o meu gancho de atuação, afirma.

Com a vitória de Jair Bolsonaro, Polly seguiu uma promessa feita durante a campanha. Eu só entraria na política se o Bolsonaro ganhasse, porque a partir do momento em que está sendo feita uma política séria, então eu quero participar, declara.

POLÊMICAS

O nome de Polly Lima aparece em diversas polêmicas, justamente por conta do posicionamento conservador. Durante as eleições de 2018, fez denúncias ao Ministério Público contra integrantes do diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Guarapuava, por irregularidades na campanha. 

Em um vídeo relatando tais denúncias, a youtuber conquistou 47 mil compartilhamentos e mais de meio milhão de visualizações. Como consequência, ela foi vítima de 16 ameaças de morte, sendo que duas delas vindas de facções criminosas do Paraguai. Eu já esperava represálias, mas não esperava que fosse chegar a esse ponto. Não tenho medo, mas também não subestimo, diz.

Mesmo comparada à primeira ministra britânica, Polly discorda em alguns pontos. Enquanto Thatcher defendia o aborto, por exemplo, a youtuber repudia qualquer forma de ideologia e ativismo que defenda a prática. Eu acho que o ativismo veio para matar, roubar e destruir, dividindo toda uma sociedade.

CIDADE

Em relação ao município, ela destaca que nas últimas gestões, estou vendo a cidade crescendo e se desenvolvendo e quero que se mantenha ou que se acelere o ritmo na próxima gestão. Nasci aqui, então é uma cidade que estimo muito. 

Eu quero que o povo confie nas minhas intenções, eu quero contribuir para Guarapuava ser uma cidade segura para se investir e para se ter uma família. Quero pessoas cada vez mais politizadas ou no mínimo bem informadas. Desejo uma sociedade que saiba mais sobre seus governantes do que sobre futebol, porque é melhor brigar por política agora, do que por comida mais tarde, finaliza.