Paraná é modelo em reciclagem de embalagem de defensivos

Em 2018, de cada 100 recipientes que saíram da indústria 98 foram reciclados ou incinerados de maneira controlada, melhor reaproveitamento do país. Foram recolhidos das propriedades rurais do Estado 5,6 mil toneladas de embalagens vazias

O Paraná se mantém na condição de modelo para o Brasil em logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas. De cada 100 produtos que saem da indústria, 98 têm o recipiente reciclado ou incinerado de maneira controlada.

É o Estado com melhor índice do País, superior inclusive à média nacional, que é de 94%. No ano passado foram recolhidos das propriedades rurais do Paraná 5,6 mil toneladas de embalagens vazias.

Os dados são do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), que mantém convênio com o Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, para recolhimento, treinamento, controle e outras ações do programa Campo Limpo.

Queremos fazer com que todo esse conhecimento possa avançar, do pequeno agricultor, que precisa de novas tecnologias para ser mais eficiente, até a grande industrialização, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. Para um Estado como o nosso em que o agronegócio é muito forte, isso significa sustentabilidade e proteção ambiental, além da questão da sustentabilidade, completou.

ESTRUTURA

O Paraná conta atualmente com 13 centrais de armazenamento e 51 postos de recebimento, além de 17 associações de revenda de embalagens. Do volume que chega diariamente, 90% das embalagens recolhidas do campo são encaminhadas a recicladoras.

Se fosse destinado de forma inadequada esse material poderia contaminar rios, solo e comprometer a saúde pública. Mas com este trabalho e estrutura vira tubulação para esgoto, embalagem para óleo lubrificante, caixa de bateria automotiva e conduíte, entre outros produtos. Os 10% restante dos recipientes vazios são encaminhados para incineração controlada.

É um índice espetacular, que só reforça o ótimo trabalho feito pelo Estado em logística reversa, acrescenta Laerty Dudas, coordenador da Divisão de Resíduos Sólidos do novo Instituto Água e Terra (IAT).

PROGRAMA

O programa, gerenciado pelo Inpev, se baseia na responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público. Antes de devolver no local indicado pelos revendedores, o agricultor deve lavar três vezes a embalagem, técnica mais conhecida como tríplice lavagem. Na sequência, revendedores e fabricantes recolhem, armazenam e enviam o material para a destinação final.

O Paraná verdadeiramente se tornou uma referência no assunto. Até os anos 70, 80 era comum o agricultor usar o agrotóxico e enterrar a embalagem. Hoje, é obrigado por lei a fazer a tríplice lavagem, além de seguir todos os passos da reciclagem, ressalta Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento.