‘O policial de Operações Especiais não tem o direito de errar’, diz capitão

A fase final do curso do Bope de Curitiba ocorre até esta quinta-feira (12) em Guarapuava, na sede do 16º Batalhão de Polícia Militar

Somente os melhores. A tropa de elite da Polícia Militar do Paraná está em processo de treinamento de novos integrantes. Ao longo dos últimos 100 dias, o curso de Operações Especiais tinha 54 policiais; hoje são apenas 14 que sobreviveram à seleção do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Curitiba.

Esses 14 policiais estão desde esta terça-feira (10) no 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Guarapuava, para a reta final das instruções. O grupo deve ficar somente até quinta-feira (12) na cidade.

Entre os 14 sobreviventes estão policiais de todo o Brasil (Ceará, Rio Grande do Sul etc.) e até mesmo de outro país (Argentina). São candidatos que se submetem a condições climáticas (o frio guarapuavano, por exemplo) e situações adversas para entrar na tropa de elite do Estado.

São várias fases do curso que selecionam os ‘melhores dos melhores’. Ao final desse curso, esses policiais se tornarão especialistas em Operações Especiais, explica o capitão Cristiano Cubas, explicando que a especialização abrange operações antissequestro, ações de resgate de reféns, patrulhamento em barco, paraquedismo etc.

Segundo ele, é uma gama ampla de conhecimento que os policiais podem levar para seu Estado ou país. Mas, para isso, todos são levados à exaustão física e psicológica durante o treinamento. O policial de Operações Especiais não tem o direito de errar, destaca Cubas.

A estadia em Guarapuava não é a passeio. Na reta final do curso, os policiais têm a oportunidade de utilizar as instalações do 16º BPM, que conta com a prestigiada casa de tiro, considerada uma das melhores estruturas do Paraná. Nós, do 16º BPM, nos sentimos honrados com essa turma, o chamado ‘turno do Bope’, aqui, em nossa cidade, diz o capitão.

Em 1996, Cubas foi o primeiro policial do interior a terminar o curso (Cristiano Martinez)

ELITE

Aliás, três integrantes do batalhão guarapuavano estão envolvidos com o curso, monitorando e auxiliando as atividades: soldado Paiva, que é cursado em Operações Especiais; o soldado Josnei, que retornou há poucos dias depois de prestar serviço à Força Nacional; e o próprio Cubas.

Particularmente, o capitão do 16º BPM tem uma ligação muito próxima com o Bope. Em 1996, ele foi o primeiro policial militar do interior do Paraná a iniciar e terminar o curso de Operações Especiais. No peito, ele carrega com orgulho a insígnia da famosa caveira.

Depois de 22 anos, além de ser instrutor do curso de Operações Especiais, estou conseguindo trazer um turno para fazer o treinamento no 16º BPM. É motivo de orgulho de todos nós.

O argentino Lucas Delgado é um dos 14 'sobreviventes' ao curso (Cristiano Martinez)

ARGENTINO

Oriundo da província de Córdoba, na Argentina, o policial Lucas Delgado é um dos 14 integrantes do curso de Operações Especiais do Bope.

Ele conta que o treinamento possibilita vivenciar situações reais em ambiente tático, inclusive com uso de armamento verdadeiro durante as atividades na casa de tiro. Aperfeiçoando no que seria um possível confronto e intercambiando maneiras de trabalho que tem a Polícia Militar do Paraná, destacando a oportunidade de levar novos conhecimentos ao país natal.

Nesse processo todo, Delgado comenta que ainda é possível que mais alunos sejam eliminados durante a fase final do curso.