Não há previsão para o início das obras da Casa de Custódia

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), o trâmite burocrático para a doação do terreno onde a unidade será construída não foi finalizado

As recentes mortes dentro da cadeia pública de Guarapuava, que fica anexa à delegacia da 14ª Subdivisão Policial (SDP), trouxeram à tona a discussão sobre a necessidade de uma Casa de Custódia no município.

Atualmente, de acordo com o setor de comunicação da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), a doação do terreno por parte da Prefeitura ainda não foi finalizada, o que impossibilita o início das obras.

Em nota, a Procuradoria de Guarapuava informou que o município está aguardando a liberação judicial do terreno para a doação ao Estado, que então iniciará a construção.

Após essa fase, o atual projeto para a obra precisará passar por readequações, e uma nova licitação precisará ser realizada.

ESTRUTURA

A Casa de Custódia passará a abrigar os presos provisórios que atualmente estão na sede da divisão policial. A previsão é que sejam disponibilizadas 501 vagas.

O espaço que será doado pela administração municipal fica próximo à Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) e à Penitenciária Estadual de Guarapuava – Unidade de Progressão (PEG-UP), no bairro São Cristóvão.

Ao CORREIO em 2018, o diretor geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR), Francisco Alberto Caricati, afirmou que o objetivo será incorporar a 14ª SDP e, de acordo com ele, dar maiores condições para o imóvel. Atualmente, 400 detentos são mantidos na unidade, que possui capacidade para pouco mais de 160.

(Foto: Douglas Kuspiosz/Correio)

MORTES

Além das constantes fugas, nos últimos dois meses três detentos morreram no cadeião. No dia 7 de março, Crisley Júnior Vaz (23 anos) foi encontrado já sem vida em sua cela. Duas semanas depois, Samuel da Cruz Wass (23 anos), que estava preso há apenas quatro dias, se enforcou.

Agora, neste domingo (28), Valderi Antônio Morais Knopik (30 anos) também foi encontrado enforcado em sua cela pelos agentes de plantão.

Em nota, o Depen-PR afirmou que todas as mortes estão sendo devidamente apuradas por procedimento interno e inquérito policial.

O departamento também afirmou que a Polícia Militar é responsável por manter a guarda externa da cadeia pública durante o banho de sol e nos dias de visitação. Não foi confirmado o número de agentes penitenciários lotados na unidade.